Descrição de chapéu BNDES

Mercado brasileiro é concentrado e precisa de aviões menores, diz Embraer

Fabricante planeja entregar 10,5 mil aviões comerciais de até 150 assentos até 2043

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Com pouca presença de aviões da Embraer na frota, o mercado brasileiro é concentrado e precisa ampliar a conectividade por meio de aeronaves menores usadas em voos regionais, afirma Rodrigo Souza, vice-presidente de aviação comercial da fabricante brasileira.

Segundo o executivo, que participou de evento do setor em São Paulo nesta quinta-feira (29), os aviões da fabricante –que são menores em relação aos modelos mais famosos da Boeing e da Airbus– seriam uma alternativa para a descentralização do mercado no país. "Não dá para fazer novas rotas com aviões de 200 assentos", disse, ao ser questionado pela Folha.

Avião da Embraer está sendo montado em fábrica. Ao redor dele, há vários equipamentos. Em primeiro plano, há um avião em miniatura.
Jato E195-E2 sendo montado em fábrica da Embraer em São José dos Campos (SP) - Nelson Almeida/AFP

O CEO da fabricante, Francisco Gomes Neto, diz ficar feliz em ver o governo brasileiro tentando ajudar a companhia. Segundo ele, apenas 12% das aeronaves utilizadas pelas empresas aéreas do país são da Embraer.

"Em outros países onde se produz avião, o percentual de aviões fabricados no próprio país passa de 40% da frota. No Brasil, são 12% porque só uma empresa aérea voa com aviões [da Embraer]", afirma Gomes Neto, referindo-se à Azul.

Durante evento da Embraer no interior de São Paulo em julho, o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, havia dito que as companhias aéreas do país (Gol, Latam e Azul) precisariam comprar aviões da fabricante brasileira se quisessem ter acesso a um financiamento do banco.

No entanto, durante entrevista a jornalistas em evento do Santander nesta quarta-feira (28), o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, disse que o governo não tinha como obrigar as companhias aéreas a encomendarem aviões da Embraer. Ele afirmou, porém, que o ministério está tentando fazer com que as empresas se sensibilizem com o tema.

Segundo a Embraer, a empresa já não estava contando com essa obrigação de compra de aeronaves por parte das companhias brasileiras.

Também nesta quarta, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que permite o uso do FNAC (Fundo Nacional de Aviação Civil) para a concessão de empréstimos para companhias aéreas via BNDES. O texto já havia passado pelo Senado e segue agora para sanção presidencial.

De 2024 a 2043, a fabricante brasileira planeja entregar 10,5 mil aviões comerciais de até 150 assentos. Desse montante, somente 9% serão destinados a clientes latinos –mesmo patamar previsto para África e Oriente Médio.

A maior parte das entregas previstas para as próximas décadas vai para Ásia e Pacífico, região que deve receber 3.240 aeronaves do tipo até 2043, cerca de 31% do total previsto. A América do Norte vai receber 28% dos aviões, e a Europa, 23%.

O evento realizado pela Embraer nesta quinta (29) comemora os 35 anos de listagem da companhia na Bolsa brasileira.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.