Descrição de chapéu newsletters da folha

Americanas encerra aplicativo Ame e coloca instituição de pagamento à venda

Leia edição da newsletter FolhaMercado desta terça-feira (3)

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Victor Sena
São Paulo

Esta é a edição da newsletter FolhaMercado desta terça-feira (3). Quer recebê-la de segunda a sexta, às 7h, no seu email? Inscreva-se abaixo:


Americanas sem Ame

A Americanas seguirá com o plano de vender a Ame, sua fintech criada para oferecer descontos e cashback aos clientes.

↳ Algumas funções, como a carteira digital, serão integradas ao próprio site da loja, que terá um novo programa de fidelidade.

↳ O aplicativo Ame será desativado, e os clientes devem transferir o saldo restante. Compras em lojas físicas poderão ser feitas até 2 de novembro.

Novo capítulo. Com uma dívida de R$ 25 bilhões, a empresa está reestruturando sua estratégia desde a revelação da fraude financeira no início de 2023. No ano passado, o prejuízo foi de R$ 2,3 bilhões com as quedas nas vendas.

Após absorver as funções da Ame, a Americanas pretende desmembrar a fintech e vender os ativos para melhorar suas finanças, focando no varejo físico.

↳ Entre eles está o próprio CNPJ da empresa digital, incluindo a licença concedida pelo Banco Central para funcionar como instituição de pagamento, com 32,3 milhões de clientes cadastrados.

Banco? Uma instituição de pagamento oferece serviços de transação, mas não possui autorização do Banco Central para empréstimos e financiamentos.

↳ Bancos digitais como PagBank, Mercado Pago e PicPay começaram com essa modalidade.

↳ A Ame era estratégica para a Americanas porque mantinha os clientes em um ciclo de compras, impulsionado pelo volume cashback oferecidos.

Em alta. O mercado financeiro reagiu positivamente ao anúncio, com as ações da Americanas subindo 21% no pregão de ontem, para R$ 6,98.

↳ Semanas atrás, as ações chegaram a valer centavos, mas foram agrupadas em blocos de 100 para cumprir as regras da Bolsa brasileira sobre o preço mínimo.

E tem mais. A Polícia Federal indicou, nesta segunda-feira (2), quem são todos os 41 suspeitos de envolvimento na fraude que levou à crise.

Entre os principais implicados estão o ex-presidente Miguel Gutierrez e a ex-diretora Anna Saicali, já revelados anteriormente pela polícia.

Morador da Espanha, Gutierrez chegou a ser incluído na lista da Interpol e foi preso por um breve período no início deste ano na Europa. Ele foi liberado e entregou o passaporte às autoridades. No mês passado, recebeu habeas corpus da Justiça brasileira.

Relembre: a antiga diretoria mascarava dívidas com fornecedores para inflar o valor de mercado da empresa. Miguel Gutierrez e Saicali lucravam com isso pois eram acionistas da companhia. Há indícios de que as fraudes existiam desde 2007.

O processo de recuperação exigiu um aporte dos acionistas de referência: os bilionários Carlos Alberto Sicupira, Marcel Telles e Jorge Paulo Lemann, que não estão sob investigação.

↳ Ao divulgar a intenção de venda da Ame, a Americanas também reforçou que ainda considera vender as marcas Shoptime e Submarino, cujos sites já foram encerrados.


R$ 2 bilhões para concursos

O governo Lula (PT) reservou R$ 2,1 bilhões para novos concursos públicos em 2025.

A informação foi divulgada nesta segunda-feira (2) junto ao Orçamento de 2025, que detalha os gastos planejados para o próximo ano.

O valor cobre a reposição de vagas de seleções já autorizadas, como o CNU (Concurso Nacional Público Unificado), conhecido como Enem dos Concursos, e inclui 810 vagas para Ibama e ICMBio. Outras autorizações continuam em análise.

O projeto de lei do Orçamento autoriza a contratação de 53,6 mil pessoas.

Na fila. Com 6.640 vagas em 21 órgãos, o Concurso Nacional Unificado preencherá os cargos à medida que forem desocupados.

Foram mais de 2,1 milhões de inscrições, mas, devido à abstenção de 54%, apenas 970 mil candidatos participaram. O gabarito foi divulgado no dia 20 de agosto.

A divulgação do resultado do CNU está prevista para 21 de novembro, data em que as convocações começarão. Veja aqui o calendário completo.

↳ Para cargos que exigem treinamento específico, as contratações devem começar em janeiro de 2025.

↳ Serão três chamadas, com uma lista de espera formada por 13 mil pessoas.

Tem mais. O governo planeja lançar, até março de 2025, o edital de um novo concurso público nacional, com provas previstas para agosto de 2025.

Reformas? Com as contas apertadas, o Ministério da Gestão e Inovação tem sido pressionado por uma reforma administrativa para reduzir o custo do serviço público federal.

Reajustes salariais para servidores, por exemplo, terão um impacto de R$ 16 bilhões no Orçamento de 2025.

Em entrevista à Folha, a ministra Esther Dweck afirmou que negociações com as classes de servidores estão em andamento.

↳ O objetivo é alterar o ritmo das progressões salariais, evitando picos salariais em pouco tempo de serviço.

↳ Os salários iniciais também deverão ser ligeiramente menores.


Home office vira critério para demissão

O banco americano Goldman Sachs está utilizando a presença no escritório como um dos critérios para escolher o nome dos 1.300 funcionários que serão demitidos. A informação foi divulgada pelo Wall Street Journal.

↳ O Goldman é uma das maiores instituições financeiras dos Estados Unidos, e tem mais de 44 mil funcionários ao redor do mundo.

↳ David Solomon, o controverso CEO, é uma das vozes mais críticas ao home office desde que a pandemia deu sinais de melhora. Ele já descreveu o trabalho remoto como "aberração".

Cortes. As demissões anuais fazem parte da cultura do banco, que valoriza a meritocracia. Conhecidas como "avaliação estratégica de recursos", elas vão cortar cerca de 3% do quadro de funcionários.

  • O banco seguirá com a estratégia apesar do aumento de 21% na receita no segundo trimestre de 2024, com faturamento de US$ 12,45 bilhões (R$ 69,92 bilhões).

A diferença agora é que o home office está sendo utilizado como critério, com o objetivo de pressionar os funcionários a comparecer mais aos escritórios.

Dias contados? Com o fim da pandemia, empresas de diversos setores em todo o mundo estão restringindo o trabalho remoto, principalmente os bancos.

Entre os motivos alegados, estão o maior controle sobre as atividades e a produtividade, além da preservação da cultura e identidade da empresa.

Sim, mas… Um benefício apontado por defensores do home office no setor bancário é que o formato desestimula a "má conduta".

Traders que trabalharam em casa durante a pandemia tiveram uma queda de 14,7 pontos percentuais na probabilidade de cometer infrações.

  • Os dados são de um estudo com bancos do Reino Unido, publicado no ano passado na revista acadêmica European Financial Management.
  • Uma teoria que os pesquisadores apresentaram foi que a proximidade física oferece maior oportunidade para conluio, exposição a informações internas e a má conduta de outros.

Outro estudo realizado nos EUA verificou que ⅔ dos trabalhadores do mercado financeiro que tinham trabalho híbrido deixariam os cargos se fossem obrigados a retornar totalmente ao escritório.

↳ A perda de talentos é um dos motivos pelos quais as empresas ainda mantêm alguma tolerância ao trabalho flexível.

E no Brasil? O retorno aos escritórios também ocorre no país.

Levantamento mais recente da Associação Brasileira de Recursos Humanos, de março, mostra que 49,6% dos 900 respondentes seguem o modelo totalmente presencial.

Outros 46,2% estão no regime híbrido, enquanto o home office integral é hoje uma realidade para apenas 4,2%. Durante a pandemia, o trabalho totalmente remoto superava os 20%.


Como evitar golpes na busca por emprego

A procura por trabalho pode nos deixar vulneráveis a golpes. Processos seletivos exigem compartilhamento de informações, encontros ou reuniões e acesso a links e sites...

↳ Uma pesquisa do Datafolha revela que crimes digitais causaram um prejuízo de pelo menos R$ 71 bilhões aos brasileiros em um ano.

Quando o assunto é emprego, a maioria dos golpes usa vagas enganosas ou falsos recrutadores para obter dados pessoais ou dinheiro.

Como se proteger? A newsletter FolhaCarreiras desta segunda (2) reuniu dicas importantes para evitar fraudes. Separei as três principais:

1. Não pague por inscrições. É muito raro uma empresa cobrar do candidato para participar de um processo seletivo, mesmo que seja para cobrir custos de materiais, etc.

2. Priorize canais oficiais para candidaturas. Utilize plataformas de vagas confiáveis, como Gupy, Indeed, Infojobs, Vagas.com, Glassdoor, Cia de Talentos e LinkedIn.

3. Proteja seus dados. Se não tiver certeza da legitimidade da vaga, não compartilhe informações como RG, CPF, endereço, telefone ou dados bancários.

↳ Informações financeiras só devem ser solicitadas no momento da contratação.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.