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Fazenda projeta maior crescimento do PIB e eleva previsão de inflação para 2024

Estimativa para avanço da economia sobe de 2,5% para 3,2%, enquanto para IPCA salta para 4,25%, ante 3,9%

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Brasília

A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda elevou de 2,5% para 3,2% a projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para 2024 e também revisou para cima a projeção de inflação para este ano –salto de 3,9% para 4,25%.

Para 2025, a projeção de avanço da economia caiu de 2,6% para 2,5%, e a previsão de inflação foi revisada de 3,3% para 3,4%. As estimativas constam no boletim macrofiscal divulgado nesta sexta-feira (13).

Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, está sentado, veste um terno escuro com risca de giz, camisa cinza. Ele usa óculos e cavanhaque
Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, em reunião com diretores do Banco Mundial - Washington Costa - 2.set.2024/Divulgação/Ministério da Fazenda

Apesar da alta para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), a projeção ainda está dentro da meta perseguida pelo Banco Central de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Isso significa que o objetivo é considerado cumprido se oscilar entre 1,5% (piso) e 4,5% (teto).

De acordo com o relatório, a estimativa mais elevada para inflação leva em consideração os impactos do câmbio mais depreciado nos preços, o cenário de bandeira amarela para as tarifas de energia elétrica no fim do ano e o reajuste no piso mínimo para os preços de cigarro.

Na apresentação dos dados, o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, destacou também o impacto negativo das mudanças climáticas sobre os preços de alimentos.

"Esses extremos climáticos têm afetado todos os países, o Brasil em particular, com a recente seca, além da enchente do Rio Grande do Sul, e isso tem impactos econômicos, impactos sobre preços, em particular, de alguns alimentos que têm sofrido com esses eventos", disse.

"Até por isso a trajetória de queda da inflação no Brasil prossegue com um ritmo menos forte do que poderia, caso não tivesse esse tipo de pressão", acrescentou.

Os números estimados pelo Ministério da Fazenda são importantes porque vão nortear o próximo relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas do Orçamento.

Variáveis como inflação e crescimento da economia interferem diretamente na arrecadação de tributos da União. Quanto maior é o avanço do PIB, maior também é o faturamento das empresas e, consequentemente, mais impostos e contribuições são recolhidos.

Na última quarta (11), o ministro Fernando Haddad (Fazenda) antecipou que a estimativa da equipe econômica para o crescimento do PIB deveria ficar acima de 3% diante da força mostrada pela economia brasileira nos últimos indicadores.

"A atividade econômica continua vindo forte. Hoje [quarta] tivemos um dado de serviços forte. Devemos divulgar a reprojeção do PIB e as consequências sobre a arrecadação, possivelmente com um aumento da projeção, além do que nós estávamos esperando. Ele deve vir mais forte, possivelmente 3% [de crescimento do PIB] para cima", disse o ministro.

A projeção mais otimista vem depois dos dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostrarem que a atividade econômica cresceu 1,4% no segundo trimestre deste ano no Brasil, na comparação com os três meses iniciais de 2024.

O PIB está no maior nível da série histórica do instituto, iniciada em 1996. As projeções para este ano agora estão em patamar similar aos números registrados em 2023 (2,9%) e 2022 (3%). O resultado de abril a junho ocorreu em um contexto de mercado de trabalho aquecido e transferências governamentais.

A expectativa da Fazenda é que o PIB da indústria cresça 3,5%, e o PIB de serviços, 3,3%. No último boletim, divulgado em julho, essas estimativas eram de 2,6% e 2,8%, respectivamente. Para a atividade agropecuária, a queda esperada é de 1,9%, ante queda de 2,5% no relatório anterior.

Segundo o relatório, a SPE espera desaceleração moderada no ritmo de atividade, para 0,6% na margem, para o terceiro trimestre de 2024. "O menor ritmo de crescimento na comparação trimestral está relacionado, principalmente, à forte expansão da atividade no segundo trimestre", diz o texto.

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