Descrição de chapéu Governo Lula petrobras

Petrobras teve maior dividendo entre petroleiras no segundo trimestre, diz consultoria

Estatal brasileira foi a 13ª melhor pagadora global em um trimestre recorde em remuneração a acionistas

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Rio de Janeiro

A Petrobras foi a petroleira que mais pagou dividendos a acionistas no segundo trimestre de 2024, de acordo com levantamento da consultoria Janus Henderson. Com US$ 4,1 bilhões (R$ 23 bilhões) distribuídos, a estatal brasileira aparece em 13° lugar na lista das maiores pagadoras globais.

O estudo é feito trimestralmente com a análise dos dividendos de 1.200 empresas em todo o mundo. A edição lançada nesta terça-feira (10) mostra novo recorde na remuneração aos acionistas, com um total de US$ 606 bilhões (R$ 3,4 trilhões).

Pessoas passam em frente à sede da Petrobras, no centro do Rio de Janeiro. - Sergio Moraes/Reuters

A Petrobras já ocupou o segundo lugar na lista em 2022, mas ficou fora do top 20 no ano passado. No segundo trimestre de 2024, foi a a única petroleira entre as 20 maiores pagadoras —em ranking liderado pelo banco britânico HSBC.

Os dividendos da Petrobras se tornaram tema da campanha eleitoral de 2022 após distribuição de valores recordes em meio à alta dos preços dos combustíveis para os brasileiros. Foi alvo do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e chegou a ser criticada até pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Após o início do governo Lula, a estatal alterou sua política de remuneração aos acionistas, reduzindo de 60% para 45% a parcela do fluxo de caixa livre destinada aos dividendos.

Ainda assim, o tema voltou a gerar polêmica na divulgação do resultado financeiro da empresa em 2023, quando a diretoria, então comandada por Jean Paul Prates, sugeriu a distribuição de todo o lucro excedente do ano, um valor que chegava a R$ 44 bilhões.

Com aval dos ministérios de Minas e Energia e da Casa Civil, a proposta foi derrubada por representantes do governo no conselho de administração da estatal, dando início a uma crise que culminou com a demissão de Prates e a indicação de Magda Chambriard para presidir a companhia.

Depois da troca no comando, o governo recuou e recomendou a distribuição de metade desse valor e a análise do pagamento restante até o fim deste ano.

Ao divulgar o balanço do segundo trimestre, já sob o comando de Magda, a Petrobras anunciou a distribuição de outros R$ 13,6 bilhões em dividendos, mesmo com prejuízo de R$ 2,6 bilhões no período —segundo a empresa, um resultado "pontual" causado por perdas contábeis.

Segundo a Janus Henderson, o valor distribuído pelas empresas a seus acionistas no segundo trimestre de 2024 representa alta de 8,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Um terço da alta foi provocada por bancos, principalmente os europeus.

Seguradoras, montadoras de veículos e empresas de telecomunicações também deram contribuição relevante, diz a consultoria, que prevê recorde anual de distribuição de dividendos em 2024, com a marca de US$ 1,74 trilhão (R$ 9,8 trilhões).

"Em todo o mundo, as economias, de modo geral, suportaram bem o ônus das taxas de juros mais altas", disse, em nota, Jane Shoemake, gerente de portfólio de clientes do time Global Equity Income na Janus Henderson.

"A inflação desacelerou, enquanto o crescimento econômico foi melhor do que o esperado. As empresas também se mostraram resilientes e, na maioria dos setores, continuam a investir para o crescimento futuro", completou.

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