Descrição de chapéu câmbio dólar Bradesco

Bradesco pesa e impede novo recorde da Bolsa; Petrobras sobe 4%

Ibovespa encostou em 86 mil pontos, mas não teve força para bater nova máxima

Bradesco pesou e limitou ganhos da Bolsa brasileira nesta sessão
Bradesco pesou e limitou ganhos da Bolsa brasileira nesta sessão - Rubens Cavallari/Folhapress
Danielle Brant
São Paulo

A Bolsa brasileira testou o nível de 86 mil pontos nesta quinta (1º), mas não sustentou a nova máxima sob o peso da queda de quase 3% das ações do Bradesco e mesmo com a valorização de cerca de 4% dos papéis da Petrobras. O dólar, que chegou a R$ 3,19, fechou a R$ 3,169.

O Ibovespa, índice das ações mais negociadas, subiu 0,69%, para 85.495 pontos --pouco abaixo da máxima nominal histórica de 85.530 pontos.

O dólar comercial caiu 0,37%, para R$ 3,169. O dólar à vista recuou 0,40%, para R$ 3,173. 

A alta da Bolsa ocorreu em meio à forte valorização das ações da Petrobras, seguindo a forte alta dos preços do petróleo no exterior. 

"Você tem um cenário de petróleo num patamar elevado, com um desempenho forte, mas que dificilmente vai se manter assim nos próximos meses", afirma Ignacio Crespo, economista da Guide Investimentos.

Os preços do petróleo subiram após uma pesquisa mostrar que a adesão da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) ao acordo de reduzir a oferta da commodity continua firme, apesar de a produção nos Estados Unidos ter alcançado 10 milhões de barris por dia pela primeira vez desde 1970.

O petróleo do tipo Brent, negociado em Londres, subiu 1,32%, para US$ 69,80. O barril WTI, dos EUA, avançou 1,93%, para US$ 65,98.

As ações mais negociadas da Petrobras subiram 4,16%, para R$ 20,52. Os papéis ordinários tiveram valorização de 3,90%, para R$ 22,13. Ambas lideraram os ganhos do Ibovespa.

Mas o impacto positivo da estatal no Ibovespa foi diluído pelo peso do Bradesco. O banco divulgou nesta quinta seu lucro líquido de 2017, que avançou 11,1%, para R$ 19,024 bilhões. No ano, a carteira de crédito recuou 4,3%, mas nos últimos três meses houve crescimento de 1,2% nas concessões.

Já as despesas contra calote de clientes cresceram no último trimestre, em meio à piora da avaliação de risco de grandes empresas, conforme explicou o banco. Em relatório, a Guide Investimentos afirmou que o banco superou as expectativas do mercado, mas destacou a piora da reserva contra inadimplência.

"Embora o cenário político continue, em partes, incerto, o banco conseguiu expandir a concessão de créditos, principalmente para pessoas físicas. Para 2018, acreditamos na melhora qualidade da carteira de crédito, impulsionando a rentabilidade do banco", afirmou a corretora.

Os investidores, porém, reagiram negativamente ao resultado do segundo maior banco privado do país. As ações preferenciais recuaram 2,65%, e as ordinárias caíram 2,87%. Os papéis do Bradesco respondem por 9,3% do peso do índice, e acabaram limitando o ganho do Ibovespa. Eles também lideraram as baixas do índice.

O pessimismo com as ações do banco não contaminou outras instituições financeiras, que viram suas ações subirem. O Itaú Unibanco, que divulga seu resultado na segunda (5), subiu 0,48%. O Banco do Brasil avançou 0,28%, e as units --conjunto de ações-- do Santander Brasil se valorizou 2,12%. O banco soltou na terça à noite seu lucro líquido, que cresceu 35,6% no ano passado, para R$ 9,95 bilhões.

As ações ordinárias da mineradora Vale subiram 0,82%, para R$ 41,79.

CÂMBIO

O dólar perdeu força ante 22 das 31 principais moedas do mundo nesta sessão.

Os investidores monitoraram a queda inesperada nos pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos na última semana, indicando que o mercado de trabalho continua sólido e a economia, se fortalecendo.

O Departamento de Trabalho dos EUA informou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 1.000 na semana encerrada em 27 de janeiro, para 230 mil, segundo números ajustados sazonalmente.

O CDS (Credit Default Swap, termômetro de risco-país) do Brasil fechou em alta de 0,45%, para 145,1 pontos.

No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados subiram. O DI para abril de 2018 avançou de 6,666% para 6,667%. O DI para janeiro de 2019 teve alta de 6,805% para 6,810%.

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