Inspirada na mãe e na avó costureiras, Luciellen Assis, 27, sempre quis trabalhar com moda. Em 2020, criou a sua própria marca de roupa, a Mulungú, em Feira de Santana, na Bahia.
"O propósito da Mulungú no mundo da moda é 'normalizar' a presença de corpos pretos, não só na estética, mas enquanto profissionais e pessoas que estão ali por trás produzindo", diz a empresária.
Ela afirma que, ao criar sua loja, uma de suas maiores preocupações foi valorizar as profissionais de costura e pagar um salário digno a elas. "Via mainha receber centavos para costurar uma peça e coloquei na minha cabeça que, quando eu tivesse a minha marca, não iria fazer a mesma coisa que as grandes empresas fizeram com ela."
A história é tema do décimo quinto episódio da série Negócios Plurais, sobre empreendedorismo e diversidade, realizada pela Folha em parceria com o Instagram. Toda semana, o jornal publica em seu perfil na rede social relatos em vídeo de empreendedores de todas as regiões do país.
Mulungu é uma planta encontrada no Nordeste brasileiro. "É uma planta medicinal que mainha já usava. Gostei da sonoridade do nome, da cor da planta. E ela ainda tem propriedade calmante. Então falei: 'Pronto, vai ser o nome da minha marca'."
Como a loja foi criada na pandemia, a empreendedora afirma que priorizou o conforto ao desenhar os modelos. "Tenho pensado muito em peças sem gênero, que tenham uma modelagem confortável, para que todo mundo possa usar tranquilamente. Peças para vários tamanhos, para vários corpos."
Ainda existe assim uma indústria que é muito racista (...). Cheguei a receber alguns questionamentos na minha marca: 'É roupa para pessoa negra?' Aí eu pensei: 'Ué, roupa é para todo mundo. Quem tem um corpo vai vestir a roupa'
Assista ao episódio:
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