Inovação no mercado erótico tem sex toys musicais e inspirados em universo nerd

Novidades incluem apps de relacionamentos não monogâmicos e brinquedos eróticos com tema de ficção científica

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Gabriella Feola
São Paulo

Em um relatório sobre o futuro do sexo, o pesquisador australiano Ross Dawson e a consultora canadense Jenna Owsianik disseram que vibradores controlados a distância são uma das inovações que devem transformar a sexualidade nos próximos anos. Se depender do mercado de sex toys, essa previsão vai se tornar realidade.

A tecnologia tem mudado o setor, e as novidades incluem desde brinquedos eróticos inspirados em personagens do universo da fantasia até vibradores que podem ser governados por aplicativos.

Vibrador com controle remoto vendido a R$ 250 na Não Sou Pavê, loja virtual de Giovana Bomentre e André Yoshio
Vibrador com controle remoto vendido a R$ 250 na Não Sou Pavê, loja virtual de Giovana Bomentre e André Yoshio - Jardiel Carvalho/Folhapress

É o caso do Lush 2 (R$ 1.100), à venda na loja virtual Não sou Pavê, que permite sincronizar vibrações com música.

A empresa foi criada em 2020 pelo casal bissexual Giovana Bomentre, 29, e André Yoshio, 30, que não se sentiam representados por sexshops tradicionais. Com um investimento inicial de R$ 3.000, a loja fatura hoje R$ 300 mil ao ano.

"Queríamos fazer um negócio dissidente, focado na diversidade de corpos e de relações, porque grande parte do mercado de vibradores está voltado hoje para um mesmo público, mulheres cis-hétero", diz André.

O casal testa e faz uma curadoria de produtos de fabricantes nacionais e internacionais, capazes de atender pessoas de diferentes gêneros, orientações sexuais, com diferentes capacidades físicas e combinações de parceiros. A marca também tem uma atuação nas redes sociais, com conteúdos sobre bem-estar sexual, possíveis usos dos produtos e cuidados importantes.

Giovana Bomentre e André Yoshio e Giovana Bomentre, fundadores da Não Sou Pavê, uma sex shop online que faz uma curadoria de produtos e educação sexual
Giovana Bomentre e André Yoshio e Giovana Bomentre, fundadores da Não Sou Pavê, uma sex shop online que faz uma curadoria de produtos e educação sexual - Jardiel Carvalho/Folhapress

Para Giovana e André, a inovação que mais impactou o mercado nos últimos anos foi a tecnologia pulse, usada em sugadores clitorianos. O sonho do casal é desenhar e produzir itens do zero, aumentando também as contratações de funcionários.

Já para a marca de dildos Monster D., a novidade são os produtos que seguem o conceito de "fantasy toys", brinquedos sexuais inspirados no universo da fantasia e da ficção científica, como próteses penianas que imitam tentáculos, chifres de unicórnios e outras criaturas.

Situada em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo), a marca tem um portfólio de 55 produtos que custam de R$ 59 a mais de R$ 1.000. Fundada por Renata Padovez, 41, e Henry Oliveira, 50, a Monster D. fabrica seus dildos nacionalmente, com um tipo de silicone usado para implantes e próteses.

Henry, que antes de empreender era engenheiro de uma montadora automotiva, é o responsável pela produção, criando também o design de alguns dos produtos. Os dildos inspirados em unicórnios, dragões, ciborgues e outras espécies da ficção científica, além de darem vazão a fantasias e fetiches, também exploram texturas e possibilidades sensoriais.

Outro campo em que há espaço para a inovação dos empreendedores é o de plataformas de encontros. O aplicativo Pitanga Club, por exemplo, ajuda pessoas que buscam encontros e relações não monogâmicas.

Com um investimento inicial de aproximadamente R$ 700, o produtor cultural e empresário Venicios Belo, 42, programou parte da estrutura da plataforma e viu seu aplicativo fazer sucesso no Google Play e na Apple Store. Hoje, o Pitanga Club conta com mais de 200 mil usuários ativos.

Segundo Venicios, o número de membros cresceu 700% no último ano. O aplicativo funciona como uma rede social, tendo a funcionalidade de "match", mas também permitindo que os usuários naveguem por outros perfis, postem fotos e puxem conversa.

O modelo de negócio é baseado em assinaturas periódicas que dão acessos a mais funcionalidades (como videochats, audiochats e mensagens ilimitadas). As assinaturas variam de R$9 semanais a R$140 reais anuais.

Para o empreendedor, o aplicativo é importante para que as pessoas que queiram viver relações afetivas ou sexuais não monogâmicas possam se conectar àqueles que queiram aprender mais sobre essa forma de interação.

"Quando a gente opta por viver de uma certa maneira, a gente quer fazer parte de uma comunidade. O Pitanga nos ajuda nisso: os usuários estão ali trocando informações, aprendendo e se relacionando", afirma Venicios.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.