Mulheres usam redes sociais para falar sobre saúde íntima e prazer feminino sem tabus. Elas mostram que o assunto é fundamental para o bem-estar das mulheres, que ainda enfrentam mais dificuldades em sentir satisfação durante o sexo.
São influencers que abordam a educação sexual, defendem a importância de exercícios íntimos e desmistificam visões sobre o prazer. Conheça algumas delas:
'O ASSUNTO NÃO É FÁCIL, MAS FALO SEM NEURAS’
Ana Gehring, 34, Porto Alegre (RS), fisioterapeuta pélvica e produtora de conteúdo no projeto Vagina sem Neura
Eu sou fisioterapeuta pélvica especializada na reabilitação de disfunções sexuais femininas. Trato, por exemplo, mulheres com baixa lubrificação e que têm dores durante a relação.
Comecei a criar conteúdo na internet em 2016, com o canal no Instagram Vagina sem Neura, que tem hoje cerca de 700 mil seguidores. Tratar de sexualidade na internet não é um negócio fácil. Eu queria passar um pouco da minha experiência de consultório, porque o que mais recebo são mulheres de todas as idades que estão em um relacionamento longo e que não têm conexão sexual com o parceiro, não conhecem as suas secreções, seus ciclos, não sabem sobre a importância dos exercícios íntimos.
Até hoje existe um estranhamento com o meu trabalho. Não é um assunto fácil, mas resolvi assumir e falar sem neuras. Também ensino exercícios íntimos de fortalecimento que ajudam mulheres em busca de mais satisfação, prazer e orgasmo.
‘O TABU JÁ É MOTIVO PARA A GENTE FALAR'
Lua Menezes, 32, Auckland (Nova Zelândia), escritora e especialista em sexualidade
Comecei na internet em 2016 compartilhando os meus escritos eróticos. Na época, já tinha a primeira versão do meu livro pronta e procurava editoras, mas entendi que seria muito difícil ele ser publicado. Então comecei a compartilhar os textos para botar minha voz no mundo.
Depois, me especializei em sexualidade, virei terapeuta tântrica e comecei a postar conteúdos mais didáticos e educativos sobre sexo e prazer. Percebi que esse compartilhamento era muito potente.
O tabu sobre o tema por si já é um motivo para a gente falar, principalmente quando se trata de sexualidade das mulheres.
Eu sei, pela experiência como terapeuta, o quanto elas sofrem de diversas maneiras: por falta de educação sexual, por machismo ou nos momentos em que a gente pensa que está mal porque não consegue gozar. São muitas desinformações, mas nossa sexualidade pode ser uma fonte de alegria, de potência e de bem-estar.
‘O TEMA É ALGO MAIOR QUE SEXUALIDADE EM SI’
Carol Teixeira, 42, Alto Paraíso de Goiás (GO),
Me formei em filosofia em 2005 e lá atrás eu já estava interessada em sexualidade, com foco filosófico e antropológico.
Já via a potência do estudo sobre esse tema como algo maior do que a sexualidade em si como a conhecemos.
Sou escritora de romance erótico, já tive blog e coluna em revista. A internet foi mais um meio de expressão, mas ela tem uma força enorme: muita coisa acaba se espalhando por ali.
Acho que quando as pessoas têm contato com o meu conteúdo, desmistificam a própria visão sobre a sexualidade, sobre o tantra, que é essa filosofia que vê o corpo como instrumento para a transcendência. Além do conteúdo, ofereço cursos online e presenciais —um deles tem uma imersão só para mulheres, com meditações tântricas. Também faço um retiro para homens e mulheres, casais e não casais, com essas meditações e contato com a natureza.
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