O governo de Israel protestou neste domingo (28) contra um projeto de lei que prevê isentar a Polônia de quaisquer responsabilidades sobre crimes cometidos por nazistas em seu território.
O texto, que já foi aprovado pela Câmara e será encaminhado ao Senado, proíbe descrever como "campos de morte poloneses" os campos de concentração construídos no país.
O governo polonês afirma que o projeto de lei não vai limitar investigações sobre o Holocausto, o que não foi suficiente para evitar o incidente diplomático.
"Em nenhuma circunstância aceitaremos qualquer tentativa de reescrever a história", afirmou o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu.
O governo de Israel exigiu que diplomatas poloneses dessem explicações.
Nesta semana, o embaixador de Israel deverá ter um encontro com os assessores de Andrzej Duda, presidente da Polônia.
Antes da Segunda Guerra Mundial, o território polonês tinha a maior comunidade judaica na Europa -eram 3,2 milhões de cidadãos. Os nazistas ocuparam o país em 1939 e construíram campos de extermínio, incluindo Auschwitz e Treblinka.
Em comunicado, o governo polonês afirma que o objetivo do projeto de lei é fazer com que o Estado e a população deixem de ser acusados de crimes praticados pela Alemanha nazista.
"Judeus, poloneses e todas as vítimas devem ser guardiães da memória daqueles que foram assassinados pelos nazistas alemães. Auschwitz-Birkenau não é um nome polonês", disse o primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, no sábado (27), em postagem em uma rede social.
O Instituto Polonês de Memória afirmou que a Polônia tem sido apresentada como aliada de Hitler, o que tornou a lei "necessária para proteger sua reputação [do país]".
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