Descrição de chapéu Donald Trump Rússia

Governo Trump anuncia sanções a russos por interferência na eleição de 2016

Cinco empresas e 19 pessoas do país terão ativos e transações com os EUA bloqueados

O presidente dos EUA, Donald Trump, com o secretário do Tesouro, Steve Mnuchin, que anunciou sanções a russos nesta quinta-feira (15)
O presidente dos EUA, Donald Trump, com o secretário do Tesouro, Steve Mnuchin, que anunciou sanções a russos nesta quinta-feira (15) - Mandel Ngan - 14.mar.2018/AFP
Estelita Hass Carazzai
Washington

O governo Trump anunciou nesta quinta-feira (15) sanções contra 19 indivíduos e cinco organizações russas or suposta interferência nas eleições presidenciais nos EUA em 2016, dos quais 13 já foram indiciados pelo promotor especial Robert Mueller.

O governo americano também responsabiliza agentes ligados ao Kremlin por ciberataques a órgãos de Estado do país e a computadores em todo o mundo,  e afirma que eles agiam “em nome do governo russo”.

As medidas, que representam uma escalada na relação dos Estados Unidos com a Rússia, incluem o uso de novos instrumentos aprovados pelo Congresso dos EUA no ano passado para punir Moscou –e não devem ser as únicas represálias ao país.

“Essas sanções são parte de um esforço maior para combater os nefastos ataques que emanam da Rússia”, afirmou o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin. “Nós pretendemos impor sanções adicionais para responsabilizar autoridades e oligarcas russos por suas atividades, restringindo seu acesso ao sistema financeiro dos EUA.” 

Os alvos da medida incluem o Serviço Federal de Segurança russo (FSB, na sigla original), que sucedeu a KGB; a Diretoria Principal de Inteligência (GRU), ligada à inteligência militar do país; Yevgeniy Prigozhin, próximo ao presidente russo Vladimir Putin; e a agência russa Internet Research Agency, que seria responsável por orquestrar ataques online durante a campanha eleitoral americana.

Segundo os EUA, agentes ligados ao governo russo monitoraram até servidores da Casa Branca, diplomatas, membros das Forças Armadas e oficiais de cibersegurança do país, por meio do FSB, enquanto que o órgão de inteligência militar (GRU) estava “diretamente envolvido em interferir nas eleições americanas de 2016”.

O grupo também teria promovido ataques à infraestrutura do país, monitorando e colhendo informações dos setores de energia, nuclear, de aviação e de abastecimento —o que motivou um alerta do FBI e do Departamento de Segurança Doméstica.

“Caberá à Rússia decidir [se quer ser amiga ou inimiga dos EUA]”, afirmou a secretária de imprensa da Casa Branca, Sarah Sanders. “Nós continuaremos sendo duros com a Rússia até que eles decidam mudar seu comportamento.”

O governo americano tem feito constantes críticas a violações de direitos humanos pelo regime de Putin, e às tentativas do país de desestabilizar a Ucrânia e de interferir em eleições estrangeiras.

A administração Trump já sancionou cerca de cem indivíduos e organizações russas desde o ano passado, e diz que continuará a pressionar o governo de Putin para que ele adote posturas mais responsáveis em relação à comunidade internacional.

Entre os ciberataques articulados pelos agentes russos, estaria o NotPetya, em junho do ano passado, que danificou a infraestrutura de comunicações da Ucrânia e atingiu computadores em todo o mundo. Nos EUA, hospitais ficaram sem acesso a registros eletrônicos por mais de uma semana, e houve prejuízos ao comércio internacional e a laboratórios.

“Foi o ciberataque mais destrutivo e custoso de toda a história”, informou o departamento do Tesouro, em nota.

Com as sanções, serão bloqueados bens e ativos nos EUA pertencentes aos alvos, que também não poderão fazer transações financeiras com qualquer cidadão ou entidade americana.

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.