Mais de 500 mil pessoas morreram na guerra da Síria, diz ONG 

Observatório Sírio para os Direitos Humanos diz ter identificado pelo menos 350 mil vítimas 

Beirute | Reuters

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, ONG com sede no Reino Unido, disse nesta segunda-feira (12) que 511 mil pessoas já morreram na guerra civil na Síria desde o início dos conflitos em 2011.

Deste total, a organização afirmou que conseguiu identificar 350 mil das vítimas. No restante dos casos, foi possível saber apenas que alguém foi morto, mas não foi possível descobrir o nome da pessoa.

O conflito obrigou mais da metade da população do país, de 20 milhões de habitantes antes da guerra, a deixar suas casas, segundo a ONG. 

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos é tocado a partir do Reino Unido pelo sírio Rami Abdul Rahman, que recebe informações de colaboradores na Síria. 

O observatório é muito citado por agências de notícias e jornais europeus e americanos. Há dificuldade em confirmar os dados da ONG, já que jornalistas e entidades como as Nações Unidas enfrentam obstáculos para penetrar no país e obter dados precisos.  Simpatizantes de Assad o acusam de ser "laranja" das potências ocidentais antirregime.

Segundo os dados, 85% dos mortos eram civis mortos pelas forças oficiais, leais ao ditador Bashar al-Assad, e por seus aliados, como a Rússia.  

Desde 2015, quando Moscou começou a dar apoio militar a Damasco, o governo sírio passou a recorrer de maneira repetida ao uso de bombardeios aéreos contra áreas controladas pelos rebeldes —para os críticos do ditador, esse tipo de ataque aumentou o risco para a população civil.  

A guerra começou após uma série de protestos em março de 2011 que pediam a saída de Assad na esteira da Primavera Árabe. Após uma resposta violenta do governo, grupos rebeldes se organizaram e responderam com força, dando início ao conflito.  

O cenário permitiu o fortalecimento do grupo extremista Estado Islâmico, que chegou a controlar parte do território sírio. A entrada da Rússia, porém, mudou o embate a favor de Assad.

O ditador conseguiu expulsar o Estado Islâmico da maior parte do país e suas tropas atualmente avançam sobre enclaves rebeldes, incluindo a atual operação em Ghouta Oriental, uma área onde moram 400 mil pessoas e que é o principal reduto da oposição nas proximidades de Damasco.  

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