Trump muda o tom e diz que ataque contra Síria ainda pode demorar

Um dia após afirmar que atacaria o país, americano diz que não há prazo para a ação começar

Washington, Londres e Moscou | AFP, Associated Press e Reuters

Um dia após afirmar que iria lançar mísseis contra a Síria, o presidente dos EUA, Donald Trump, diminuiu o tom de sua crítica a Damasco nesta quinta (12) e disse que um ataque contra o país não tem data para acontecer.

“Nunca disse quando aconteceria um ataque na Síria. Pode acontecer muito em breve ou não tão cedo”, disse o americano em uma rede social, defendendo ainda seu trabalho no combate ao terrorismo.  

“Os EUA, sob minha administração, têm feito um grande trabalho em se livrar do Estado Islâmico na região. Onde está o ‘muito obrigado, América’?”, escreveu ele.

Na véspera, Trump tinha indicado que o ataque contra o regime de Bashar al-Assad era iminente. “A Rússia promete derrubar qualquer míssil lançado em direção à Síria. Prepare-se, Rússia, porque eles vão chegar, bons, novos e espertos”, disse. 

A motivação para a ação seria um suposto ataque químico cometido pelo regime Assad contra o reduto rebelde de Duma, em Ghouta Oriental, matando 43 pessoas e ferindo outras 500 no último sábado (7).

Ainda na quinta, Trump se encontrou com sua equipe de segurança nacional para discutir a situação síria. Em nota, a Casa Branca informou que “nenhuma decisão final foi tomada”. 

“Continuamos a avaliar as informações de inteligência e estamos envolvidos em conversas com nossos parceiros e aliados”, disse a nota.

Em reunião também nesta quinta, o gabinete de May afirmou ser “altamente provável” que o regime Assad esteve por trás do ataque químico. 

“O gabinete concordou sobre a necessidade de adota uma ação para aliviar o estresse humanitário e para impedir novos usos de armas química pelo regime Assad, afirmou em nota o governo. 

O presidente da França, Emmanuel Macron, disse ter provas provas de que o regime sírio utilizou as armas químicas e prometeu responder a esse ataque, sem fixar um prazo.

“Temos provas de que, na semana passada, foram usadas armas químicas, ao menos cloro, e que foram usadas pelo regime de Assad”, afirmou Macron. “Responderemos oportunamente, quando considerarmos que será mais útil e eficaz”, acrescentou.

CONVERSA

Estava previsto que Trump, May e Macron conversassem ainda na quinta sobre uma possível ação conjunta. 

Moscou, principal aliado militar de Damasco, é contra um eventual ataque internacional contra a Síria.
O representante russo junto à ONU, Vassily Nebenzia, disse que “não pode excluir” a possibilidade de uma guerra entre os EUA e a Rússia. 

“Nossa prioridade imediata é afastar o perigo de uma guerra”, afirmou. 

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