Descrição de chapéu Venezuela

Protesto no centro de Caracas após apagão termina em repressão

Venezuelanos protestam contra escassez de eletricidade, água e alimentos

Caracas | AFP

Moradores do centro de Caracas protestaram na noite desta quinta-feira (16), nos arredores do palácio presidencial de Miraflores, por um apagão na área, e foram reprimidos por forças militares, informou a ONG Observatório Venezuelano de Conflito Social (OVCS).

Trabalhadores da saúde protestam contra escassez de remédios, água e eletricidade em Caracas
Trabalhadores da saúde protestam contra escassez de remédios, água e eletricidade em Caracas - Federico Parra/AFP

"Houve repressão da Guarda Nacional com gás lacrimogêneo e golpes", disse à AFP Marco Ponce, coordenador da ONG.

Ponce relatou que membros da Guarda Nacional "roubaram" telefones de pessoas que "estavam documentando o protesto".

Moradores de Altagracia e de outros bairros populares próximos ao Miraflores iniciaram o protesto contra o regime do ditador Nicolás Maduro diante de um apagão de mais de 24 horas.

"Queremos luz!", gritavam os manifestantes, segundo vídeos divulgados pela imprensa local. Pneus foram queimados na região e também ocorreu um panelaço.

"Eles não solucionam. Perseguem, reprimem e prendem", escreveu em uma rede social o deputado opositor Juan Guaidó ao condenar a atuação da Guarda Nacional.

Mais cedo nesta quinta, Caracas também registrou uma marcha de trabalhadores da saúde, em greve há mais de um mês. Eles reivindicam aumento salarial e insumos hospitalares. Os hospitais venezuelanos sofrem com a falta de água, medicamentos e eletricidade.

Os apagões estão se tornando cada vez mais comuns na Venezuela, especialmente nos estados de Zulia, Táchira, Mérida e Trujillo, no oeste do país.

O regime chavista atribui a situação a "sabotagens", mas especialistas afirmam que o problema é a falta de manutenção nas instalações geradoras de energia.

O país atravessa uma profunda crise econômica, com uma inflação projetada em 1.000.000% para 2018 pelo FMI.

Nos últimos meses se intensificaram os protestos contra a escassez de alimentos, remédios e serviços básicos como eletricidade e água.

Mais de 7.000 manifestações ocorreram de janeiro a julho deste ano, segundo a ONG.

De acordo com Ponde, 14 pessoas foram mortas pelas forças de segurança durante esses protestos.

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