Kavanaugh começa na Suprema Corte dos EUA com todas as assessoras mulheres

Acusado de agressão sexual, ele é o primeiro juiz a ter uma equipe toda feminina na história

Mulheres protestam na frente da Suprema Corte, em Washington, contra o novo juiz Brett Kavanaugh
Mulheres protestam na frente da Suprema Corte, em Washington, contra o novo juiz Brett Kavanaugh - Pablo Martinez Monsivais/Associated Press
São Paulo e Washington | Reuters

Acusado de agressões sexuais por três mulheres, Breet Kavanaugh começou nesta terça-feira (9) a trabalhar na Suprema Corte com uma equipe de assessoras legais toda formada por mulheres. 

É a primeira vez na história do tribunal que um juiz terá uma equipe toda feminina, segundo o jornal The New York Times. E, com isso, a maioria dos 36 assessores legais da corte serão mulheres, algo também inédito. 

Cada um dos nove juízes tem direito a quatro assessores do tipo (conhecidos em inglês como "clerks") que os auxiliam a decidir aconselham quais casos serão aceitos, os preparam para os debates e até mesmo escrevem parte dos votos. 

Devido ao prestígio das vagas, elas costumam ser bastante disputadas por jovens advogados, já que  facilitam as carreiras no mundo jurídico. Na história da Suprema Corte oito juízes —incluindo o próprio Kavanaugh— foram assessores legais no tribunal.

Antes de chegar a Suprema Corte, Kavanaugh atuou por 12 anos na Corte de Apelações para o Distrito de Columbia (onde fica a capital, Washington) e que nesse período costumava defender a contratação de mulheres, dizem seus apoiadores —foram 25 entre os 48 assessores legais que teve. 

Indicado pelo presidente Donald Trump em julho para substituir o agora aposentado Anthony Kennedy, Kavanaugh quase perdeu a vaga após as denúncias de agressão sexual.  

O senado só confirmou seu nome no sábado (6) com 50 votos favoráveis e 48 contrários, garantindo assim uma maioria conservadora no tribunal. 

Deixando para trás o turbulento processo de confirmação ele estreou na Suprema Corte participando ativamente de argumentações ao lado de seus oito colegas. Kavanaugh fez várias perguntas durante as argumentações orais envolvendo uma lei federal de atribuição de penas para criminosos reincidentes.

Em clima de primeiro dia de aula, ele foi acompanhado pela família, que assistiu ao debate das tribunas. Kennedy, seu antecessor, também estava presente. 

Do lado de fora, porém, houve protesto contra ele. Sob os olhares de policiais, alguns manifestantes mostraram cartazes que diziam "vergonha" e "ele se senta em um trono de mentiras". O grupo gritou ainda "isso não acabou, ainda estamos aqui".

Antes do início das argumentações o juiz principal, John Roberts, deu as boas-vindas a Kavanaugh, 53 anos, a um tribunal que agora tem cinco membros conservadores e quatro liberais —o cargo é vitalício.

"Desejamos a você uma carreira longa e feliz na nossa vocação comum", disse Roberts.

 Kavanaugh não demorou para participar, fazendo sua primeira pergunta a um advogado que representava um réu cerca de 20 minutos depois do início da primeira argumentação. Ele acabou indagando os advogados das duas partes durante dois casos apresentados aos juízes.

Ele também foi visto em um diálogo descontraído com a juíza liberal Elena Kagan, sentada ao seu lado.

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