Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Futuro chefe do Itamaraty confirma redução de subsecretarias

Ernesto Araújo diz que vai criar ainda departamento para cuidar do agronegócio

Brasília

O futuro ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, confirmou nesta sexta-feira (21) a redução no número de subsecretarias do órgão.

O Itamaraty tem hoje nove subsecretarias. Nos bastidores, diplomatas dizem que a expectativa é que o novo governo faça uma redução drástica, para seis ou cinco, promovendo a fusão de algumas, como Oriente Médio e África com Ásia e Pacífico.

"Vai ter uma diminuição. Não queria antecipar muito", disse Araújo ao sair de reunião no CCBB (Centro Cultural do Banco do Brasil), sede do governo de transição. 

Quando assumir, o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), deve editar uma medida provisória com a estrutura de seu governo e o formato dos ministérios.

Araújo não quis detalhar como será o novo formato do Itamaraty.

O futuro chanceler Ernesto Araújo, em Brasília - Adriano Machado - 22.nov.18/Reuters


"Vai ser uma MP conjunta, eu não queria antecipar os dados do Itamaraty", afirmou.

Questionado sobre eventual redução no número de funcionários do ministério, disse que "a orientação geral [do governo Bolsonaro] é a diminuição de [cargos] comissionados".

"A carreira é a carreira. Tem a orientação geral de [redução no] número de cargos", respondeu. 

Araújo disse não saber o número de comissionados de cabeça e tampouco informou o percentual que deve ser reduzido. 

Ele também não disse quem vai chefiar o departamento de agronegócio que deve ser criado no ministério.

Nesta madrugada, Araújo anunciou pelo Twitter a criação do departamento, com o objetivo de promover o agronegócio do Brasil no exterior. 

"Estamos criando no Itamaraty um Departamento do Agronegócio para trabalhar junto com o Ministério da Agricultura na conquista de mercados internacionais. Daremos ao agro a atenção que no MRE ele nunca teve", escreveu.

Segundo ele, "algumas negociações comerciais em curso são ruins para a agricultura" e serão reorientadas "em benefício dos produtores brasileiros".



Ele disse ainda que as embaixadas serão orientadas a promover os produtos agrícolas brasileiros "ativa e sistematicamente", e que a Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) "será direcionada no mesmo sentido".

Segundo ele, na nova política externa, "o Brasil não deixará de exportar frango e soja, carne e açúcar, mas passará a exportar também esperança e liberdade".

Em 12 postagens na rede social, Araújo criticou os acordos comerciais fechados pelo Brasil, afirmou que vai fortalecer a "pujança agrícola" do país, disse que defenderá "o produtor brasileiro, nos foros internacionais, da pecha completamente falsa de ser agressor do meio ambiente" e que "nos governos petistas, o Itamaraty foi a casa do MST", mas que "agora estará à disposição do produtor".

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