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Rússia e China criticam novas sanções americanas contra petróleo da Venezuela

Kremlin acusa EUA de ingerência e ilegalidade; medida bloqueou ativos da PDVSA

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Moscou | AFP

Aliados da Venezuela, a Rússia e a China criticaram nesta terça-feira (29) as novas sanções americanas decretadas contra a empresa estatal de petróleo venezuelana PDVSA.

A Rússia classificou de "ilegais" as sanções, acusou Washington de "ingerência" e anunciou a intenção de defender seus interesses na Venezuela.

Logomarca da petrolífera venezuelana PDVSA em veículo ao lado de posto de combustível em Caracas
Logomarca da petrolífera venezuelana PDVSA em veículo ao lado de posto de combustível em Caracas - Manaure Quintero/Reuters

"As autoridades legítimas da Venezuela consideram ilegais estas sanções e nos unimos totalmente a este ponto de vista", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

O porta-voz acusou Washington de "concorrência desleal" e de "ingerência flagrante".

"Vamos defender nossos interesses no âmbito do direito internacional, usando todos os mecanismos a nossa disposição", completou Peskov.

A Rússia investiu bilhões de dólares em combustíveis e armas na Venezuela.

O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, afirmou em uma entrevista coletiva que Moscou, "ao lado de outros membros responsáveis da comunidade internacional, fará o que estiver em seu poder para apoiar o governo legítimo do presidente Nicolás Maduro".

O governo dos Estados Unidos "optou pela via direta de derrubar as autoridades legítimas da Venezuela", afirmou Lavrov, para quem as sanções americanas "abalam gravemente os últimos vestígios de confiança no sistema monetário e financeiro internacional, baseado na preeminência do dólar".

A Rússia —segundo maior credor da Venezuela, atrás apenas da China— é um importante apoio político e financeiro do país, asfixiado por uma profunda crise econômica.

Em dezembro, Maduro anunciou, durante uma visita a Moscou, investimentos russos de US$ 6 bilhões nos setores de petróleo e mineração na Venezuela.

​Já a China afirmou que as sanções americanas prejudicarão as pessoas comuns e devem complicar a situação no país. 

"Somos contrários às sanções unilaterais", disse a porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Geng Shuang.

"A experiência histórica mostra que as interferências externas ou sanções apenas complicarão a situação e não devem ajudar a resolver problemas práticos", completou Geng.

As sanções "levarão a uma deterioração na vida das pessoas na Venezuela e (aqueles que as impuseram) devem ser considerados responsáveis pelas graves consequências", disse.

A China representa um apoio financeiro vital para o governo venezuelano. Ao ser questionada se Pequim ainda reconhece Maduro como presidente, Geng repetiu que um representante especial foi enviado para a cerimônia de posse do venezuelano no início do mês.

Na segunda-feira (28), o secretário de Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, e o conselheiro de segurança nacional, John Bolton, anunciaram o bloqueio de US$ 7 bilhões (R$ 26,3 bilhões) em ativos da petrolífera venezuelana, em mais uma tentativa de aumentar a pressão sobre o regime do ditador Nicolás Maduro.

A intenção é ajudar o adversário de Maduro, Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional venezuelana e auto declarado presidente do país.

Conforme as sanções dos Estados Unidos, as companhias americanas poderão continuar a comprar petróleo da Venezuela, mas os pagamentos deverão ser colocados em uma conta que não possa ser acessada pelo regime de Maduro.

“Se as pessoas na Venezuela quiserem continuar a nos vender petróleo, contanto que o dinheiro vá para contas bloqueadas, nós vamos continuar a receber”, afirmou Mnuchin. “Caso contrário, não vamos comprar.”

Mnuchin determinou que as pessoas que operam no setor de petróleo da Venezuela estão sujeitas às sanções americanas.

“O caminho para aliviar sanções para a PDVSA é pela rápida transferência de controle ao presidente interino ou um subsequente governo democraticamente eleito que está comprometido a tomar ações concretas e significativas para combater a corrupção”, afirmou o secretário do Tesouro em declaração na Casa Branca.

Bolton estimou que as sanções vão custar US$ 11 bilhões (R$ 41,3 bi) em perdas com exportações à Venezuela no próximo ano, enquanto Mnuchin ressaltou que o impacto para as refinarias americanas que têm negócios na área será “mínimo”.

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