Descrição de chapéu The New York Times

Arábia Saudita nomeia princesa para embaixada em Washington

Relações entre o reino e os EUA estão desgastadas desde o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi

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Ben Hubbard
Istambul | The New York Times

A Arábia Saudita nomeou uma princesa para o cargo de embaixadora nos Estados Unidos no último sábado (23). Foi a primeira vez em que o reino indicou uma mulher para um cargo desse nível. 

Reema bint Bandar bin Sultan foi nomeada em um momento de tensão nas relações entre Riad e Washington por causa da morte do dissidente e repórter do Washington Post Jamal Khashoggi.​

retrato de Reema bint Bandar bin Sultan, que usa um véu islâmico preto que cobre seus cabelos e o contorno de seu rosto
A princesa Reema bint Bandar bin Sultan, nova embaixadora da Arábia Saudita em Washington - Fayez Nureldine - 24.out.2018/AFP

Em outubro, ele foi assasinado por agentes do reino no consulado saudita em Istambul.

Parlamentares americanos têm adotado medidas para responsabilizar píncipe herdeiro e líder de facto da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, pelo assassinato, além de cortar apoio militar dos Estados Unidos ao reino na guerra do Iêmen. 

Por outro lado, o presidente Donald Trump tem defendido o país por considerá-lo um valioso aliado no Oriente Médio e um bom comprador de armas americanas. 

A princesa Reema substituirá o príncipe Khalid bin Salma, que é filho do rei Salman e irmão mais novo de Mohammed bin Salman —ele ocupava o posto desde 2017. Kahlid foi nomeado vice-ministro de Defesa; a pasta é chefiada por seu irmão, o príncipe herdeiro. 

Desde que seu pai ascendeu ao trono, em 2015,  Mohammed bin Salman tem implementado mudanças significativas na política saudita. Ele defende uma economia mais diversificada (menos dependente de petróleo), concedeu às mulheres o direito de dirigir, ampliou as opções de entretenimento e moderou a retórica religiosa do reino.

Ele também empreendeu uma desastrosa intervenção militar no Iêmen e tomou decisões que têm levantado dúvidas sobre suas avaliações políticas. 

A indicação da presidente Reema à embaixada de Washington parece querer indicar uma nova página nas relações entre os dois países após a morte de Khashoggi, que morava no estado americano da Virgínia, e promover as reformas sociais dos últimos meses.

Além de representar as novas possibilidades agora disponíveis às mulheres sauditas, a princesa Reema é a filha do príncipe Bandar bin Sultan, um proeminente diplomata que serviu no mesmo posto entre 1983 e 2005.

Ele era tão próximo da família Bush que ficou conhecido como "Bandar Bush". 

A princesa Reema viveu em Washington por muitos anos durante o período em que seu pai foi embaixador e se formou em artes na George Washington University. 

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