Menem é absolvido em caso de ataque a sede judaica em 1994

Ex-presidente foi acusado de modificar a cena do atentado, dificultando as investigações

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Buenos Aires

O ex-presidente argentino Carlos Menem, 88, foi absolvido nesta quinta-feira (28) das acusações de obstrução de Justiça e fraude processual no caso do atentado contra a sede da Associação Mutual Israelense Argentina (Amia), em Buenos Aires, em 1994, que deixou 85 mortos.

Menem, porém, já foi condenado em seis outras causas, que envolvem corrupção e venda ilegal de armas.

Três homens de terno, menem ao centro, conversam dentro de sala com painéis de madeira nas paredes; eles estão sentados à uma mesa de madeira retangular, um ao lado do outro
O ex-presidente da Argentina Carlos Menem (centro) antes de ouvir o veredito que o inocentou da acusação de obstrução de Justiça no caso do atentando contra a sede da Associação Mutual Israelense Argentina (Amia) - Agustin Marcarian/Reuters

Ele não pode ser preso, porém, porque foi reeleito, em 2017, senador pela província de La Rioja, e com isso tem foro privilegiado.

Neste caso, Menem estava sendo processado após acusação de familiares de vítimas pelo fato de o cenário do atentado ter sido alterado. 

Isso impede que, até hoje, seja possível esclarecer como foi o ataque e quem são os culpados.

Também nesta quinta-feira, o ex-juiz federal Juan José Galeano foi condenado a seis anos de prisão.

Galeano, primeiro responsável pelas investigações, foi acusado de ter oferecido suborno a uma das testemunhas.

Quem substituiu Galeano nas investigações foi o promotor Alberto Nisman, morto em 2015 em circunstâncias ainda não esclarecidas.

Foto em preto e branco de 18 de julho de 1994 mostra bombeiros e policiais buscando sobreviventes nos escombros da sede da Associação Mutual Israelense Argentina (Amia), em Buenos Aires, após explosão de uma bomba
Foto de 18 de julho de 1994 mostra bombeiros e policiais buscando sobreviventes nos escombros da sede da Associação Mutual Israelense Argentina (Amia), em Buenos Aires, após explosão de uma bomba - Ali Burafi - 18.jul.1994/AFP

Na ocasião, Nisman se preparava para apresentar ao Congresso acusação contra a ex-presidente Cristina Kirchner de ter conspirado para encobrir a suposta participação do Irã no atentado.

O Irã nega envolvimento. O ex-chefe da Side (agência de inteligência argentina) Hugo Anozorreguy foi condenado a quatro anos de prisão também por fraude processual, crime no qual se enquadra a conduta de modificar a cena de um crime. 

Todas as decisões são passíveis de recurso. 
 

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