Descrição de chapéu Venezuela

Maduro expulsa embaixador da Alemanha que deu apoio a Guaidó

Diplomata europeu recebeu líder opositor ao desembarcar de volta à Venezuela

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O embaixador da Alemanha para a Venezuela, Daniel Martin Kriener, em coletiva de imprensa - Marco Bello - 19.fev.2019/Reuters
Caracas | AFP e Reuters

O regime de Nicolás Maduro declarou o embaixador da Alemanha na Venezuela, Martin Kriener, "persona non grata" nesta quarta-feira (6) e deu 48 horas para que ele deixe o país. Kriener recebeu Juan Guaidó no aeroporto na segunda-feira (4), quando o líder opositor voltou à Venezuela após um tour pela América do Sul

Em comunicado, o governo chefiado pelo ditador Maduro diz que sua decisão se deve a "recorrentes atos de ingerência nos assuntos internos do país" pelo diplomata, que "em desacato, compareceu ao aeroporto internacional de Maiquetía para testemunhar a chegada do deputado Juan Guaidó".

"A Venezuela considera inaceitável que um diplomata estrangeiro assuma, em seu território, uma atuação pública próxima à de um líder político alinhado com a agenda conspiratória de setores extremistas da oposição venezuelana", disse o governo.

Kriener, ao lado de embaixadores e diplomatas de outras embaixadas europeias, foram ao aeroporto na segunda (4) para apoiar Guaidó, que estava sob risco de prisão ao retornar à Venezuela por desrespeitar uma ordem que o impedia de deixar o país.

Mais de 50 países, incluindo a Alemanha, o Brasil e os EUA, reconhecem Guaidó como presidente interino da Venezuela e apoiam seu plano para instalar um governo de transição que realize eleições livres.

Guaidó denunciou Maduro como usurpador por considerar que as eleições do ano passado não foram realizadas de forma justa. Maduro diz ser vítima de uma tentativa de golpe.

O Ministério das Relações Exteriores da Alemanha confirmou a expulsão. "Estamos coordenando os passos seguintes com nossos parceiros no local", disse o órgão. 

"Esta decisão é incompreensível, o que piora a situação em vez de aliviar as tensões", afirmou o ministro do Exterior alemão, Heiko Maas. "O suporte europeu a Juan Guaidó é inabalável", completou.

Também na quarta (6), os Estados Unidos decidiram revogar os vistos de 77 pessoas associadas a Maduro, incluindo oficiais do governo e seus familiares, disse o vice-presidente americano, Mike Pence, em pronunciamento para empresários hispânicos em Washington. Na sexta (1), outros 49 vistos haviam sido revogados.​

A medida abre caminho para a deportação, caso os titulares estejam em solo americano. 

Washington aplica sanções a funcionários e ex-funcionários venezuelanos por corrupção, narcotráfico e abusos dos direitos humanos desde 2015, quando declarou a Venezuela "uma ameaça para a segurança nacional". Em agosto de 2017, começou a recrudescer medidas econômicas e diplomáticas contra autoridades do país.

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