O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, garantiu nesta sexta-feira (19) que "continua encarregado" da equipe de negociações com a Coreia do Norte, depois que Pyongyang pediu seu afastamento.
"Nada mudou, continuamos trabalhando", afirmou ele em entrevista coletiva, após uma reunião com os ministros japoneses das Relações Exteriores e da Defesa.
As negociações estão em ponto morto desde o fracasso da segunda cúpula entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, em fevereiro em Hanói (Vietnã).
A Coreia do Norte afirmou nesta quinta (18) que não quer mais lidar com o secretário de Estado dos EUA e que ele deve ser substituído no caso de uma nova rodada de negociações por alguém "mais maduro". Segundo Pyongyang, as conversas entre as partes saem mal "sempre que Pompeo mete o nariz".
Se Pompeo continuar presente, "as conversas vão voltar a se complicar", avisou Kwon Jong-gun, do alto escalão da diplomacia norte-coreana.
O secretário de Estado, que visitou quatro vezes a capital norte-coreana, está há um ano na linha de frente da histórica aproximação entre os dois países inimigos.
"O presidente Trump lidera, é claro, o esforço global, mas minha equipe [liderada pelo enviado especial Stephen Biegun] continuará dirigindo o esforço americano para obter aquilo a que o presidente Kim se comprometeu", ou seja, a desnuclearização completa da península coreana, afirmou Pompeo.
"Estou convencido de continuamos tendo uma oportunidade verdadeira de obter este resultado, e nossa equipe diplomática continuará dirigindo esse esforço", insistiu.
A reclamação das autoridades norte-coreanas ocorreu horas depois da divulgação de um novo teste de armas pelo regime, o primeiro desde a cúpula fracassada entre Kim Jong-un e Trump, em fevereiro.
Também na quinta (18), autoridades russas confirmaram a visita do ditador norte-coreano a seu país e um encontro com o presidente Vladimir Putin, que pode causar interferência nas negociações com os americanos. Será o primeiro encontro entre os dois líderes.
O secretário de Estado também comentou sobre a divulgação de relatório feito pelo procurador Robert Mueller sobre a possível obstrução de justiça cometida pelo presidente Trump através de conluio com a Rússia.
Ele afirmou que os EUA seguirão denunciando a ingerência russa nas eleições americanas e adotarão "duras medidas" contra as "atividades nefastas" de Moscou. "Vamos dizer de forma clara que se trata de uma atitude inaceitável".
As declarações duras vão de encontro à postura de Trump, que reitera em várias ocasiões a intenção de melhorar as relações diplomáticas com a Rússia de Putin.
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