Julian Assange é condenado a 50 semanas de prisão por violar condicional

Fundador do WikiLeaks enfrenta também processo de extradição para os EUA

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Londres | Reuters

O fundador do WikiLeaks, o australiano Julian Assange, foi condenado nesta quarta-feira (1º) por um tribunal de Londres a quase um ano de prisão por violar as regras de liberdade condicional.

Assange foi posto neste tipo de regime depois de ter sido detido em 2010 na Inglaterra, por ser alvo de uma investigação na Suécia por abuso sexual. 

O tribunal de Southwark, no sul de Londres, condenou Assange a 50 semanas de reclusão levando em conta o tempo que já passou na prisão —a pena máxima por não respeitar as normas de liberdade condicional é de um ano.

O australiano chegou ao tribunal com a barba feita, em uma van da polícia sob os gritos de seus partidários, que diziam “vergonha, Reino Unido” e “vergonha, Equador, que vendeu Assange por dinheiro”.

O fundador do Wikileaks viveu durante sete anos na embaixada do Equador porque, mesmo liberado dias depois de ser detido mediante pagamento de fiança, não conseguiu reverter o processo de extradição. Assim, pediu asilo ao país sul-americano.

Neste período na embaixada, Assange deixou de comparecer a audiências, o que gerou o processo e um pedido de prisão. 

O fundador do WikiLeaks foi retirado à força da embaixada em 11 de abril, depois de ter seu asilo revogado pelo governo do Equador, e levado para uma prisão em Londres. 

Assange também é processado pelos EUA por participar de um dos maiores vazamentos de documentos confidenciais já realizados. Neste processo, ele pode ser condenado a até cinco anos de prisão. 

A Justiça do Reino Unido avalia o pedido de extradição de Assange feito pelos EUA —o caso aguarda julgamento.

Procuradores da Suécia decidiram arquivar o processo por abuso sexual em 2017, pela impossibilidade de ouvi-lo, uma vez que o australiano estava encastelado na embaixada do Equador em Londres. Com sua prisão, porém, há a possibilidade de o caso ser reaberto

O australiano ficou conhecido por criar o WikiLeaks, em 2006, site dedicado a receber e publicar informações confidenciais, protegendo a identidade de quem vazou os dados.

Nas eleições de 2016, o site divulgou e-mails e documentos do partido Democrata que trouxeram problemas para a candidatura de Hillary Clinton, derrotada por Donald Trump. O material foi obtido por militares russos, de acordo com investigadores dos EUA.

Nesta quarta, ressaltando que vigiá-lo durante tantos anos custou caro para os contribuintes britânicos, a juíza Deborah Taylor criticou Assange por se colocar “deliberadamente fora do alcance da Justiça”.

“Fiz o que acreditei ser o melhor, talvez a única coisa possível”, afirmou Assange em uma carta lida por seu advogado, que assegurou que o australiano decidiu ficar na representação equatoriana “em razão de ameaças vindas dos Estados Unidos”.​

 
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