O vice-presidente da Assembleia Nacional venezuelana, o opositor Edgar Zambrano, foi enviado para uma prisão militar, apesar de ser civil, por sua participação na insurreição militar fracassada de Juan Guaidó, afirmou o Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) nesta sexta-feira (10).
Seus advogados e seu partido, o Ação Democrática, haviam dito que Zambrano tinha sido removido na noite de quinta do Helicoide, centro de detenção de presos políticos do Sebin (agência de inteligência) e levado a local desconhecido.
Um tribunal competente em casos de terrorismo "emitiu uma medida de privação de liberdade ao cidadão Edgar Zambrano pela flagrante comissão dos delitos de traição, conspiração e rebelião civil", afirma um comunicado do TSJ.
Preso na noite de quarta-feira, Zambrano foi transferido "para a sede da Polícia Militar, localizada em Fuerte Tiuna", o maior complexo militar de Caracas.
Zambrano é um dos dez deputados acusados pelo TSJ de participação na rebelião fracassada de 30 de abril, sob a liderança de Guaidó, que continua numa queda de braço com o ditador Nicolás Maduro pelo poder na Venezuela.
A advogada do vice-presidente, Lilia Camejo, denunciou irregularidades no processo.
"Desde o momento da prisão, foram violados os direitos do deputado. Não tivemos acesso ao processo, nem pudemos ser designados para sua defesa", declarou.
Camejo também questionou o fato de um civil ser enviado para uma prisão militar.
Três dos legisladores acusados se refugiaram em missões diplomáticas para escapar da prisão e dois outros denunciaram a presença de agentes em frente às casas de suas famílias.
Desde a prisão, nenhum advogado ou familiar teve acesso a Zambrano. Ele foi preso junto ao seu carro. Agentes do Sebin cercaram o veículo, e, como o deputado se recusou a sair, o automóvel foi guinchado pelos agentes com Zembrano dentro até o Helicoide.
Em redes sociais, os partidos Ação Democrática e Primeiro Justiça publicaram mensagens exigindo informações sobre o paradeiro de Zambrano e também pedidos por sua libertação imediata.
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