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Banco Central da Venezuela emite cédula com valor maior que o do salário mínimo

Inflação deve alcançar a marca de 10.000.000% em 2019

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RFI

O Banco Central da Venezuela (BCV) emitirá uma nova cédula que terá dois zeros a mais após os números atualmente em circulação —ou seja, os valores serão multiplicados por cem.

A Venezuela sofre com grave hiperinflação nos últimos anos. A maioria dos venezuelanos recorre a cartões de débito para realizar compras devido à escassez de papel-moeda e dos baixos valores das notas.

Segundo o BCV, a partir de quinta-feira (13) circularão novas cédulas de 10.000, 20.000 e 50.000 bolívares. Esta última passa a ser a de maior valor, frente aos de 500, e equivale a US$ 8,10.

A nova nota de 50.000 bolívares supera o salário mínimo mensal, de 40.000 bolívares (US$ 6,50). Com ela, é possível comprar cerca de dois quilos de carne. A nota de 500 bolívares não dá nem para comprar um ovo, que custa 900.

As novas cédulas integram o novo plano monetário que entrou em vigor no dia 20 de agosto, com cinco zeros a menos.

Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), a inflação chegou a 1.370.000% no ano passado e deve alcançar os 10.000.000% em 2019.

A incorporação das novas cédulas busca "tornar mais eficiente o sistema de pagamentos e facilitar as transações comerciais", informou o BCV em um comunicado, indicando que serão emitidas paulatinamente.

A medida é anunciada depois que, em 29 de maio, o BCV rompeu o silêncio estatístico de três anos para revelar a inflação de 2018 —130.060%, menos de um décimo da estimativa do FMI— e que o PIB caiu à metade desde 2013, quando Nicolás Maduro assumiu o poder.

A Venezuela atravessa a pior crise de sua história recente, com escassez de produtos básicos e uma queda de sua vital produção de petróleo de 3,2 milhões de barris diários para cerca de um milhão na última década.

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