Descrição de chapéu Venezuela

Quatro milhões de venezuelanos já deixaram país em razão de crise, diz ONU

Só nos últimos sete meses, um milhão deixou o país; Colômbia é principal destino

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Genebra e São Paulo | Reuters

Quatro milhões de venezuelanos já fugiram da crise econômica e humanitária em sua terra natal, segundo dados divulgados nesta sexta (7) pelo Acnur, a agência da ONU para refugiados, e pela OIM, a Organização Internacional para a Migração. Só nos últimos sete meses, um milhão deixou o país.

"O ritmo de saída da Venezuela tem sido impressionante", afirma o comunicado. 

Os países latinos são os que mais recebem os refugiados: 1,3 milhão chegaram na Colômbia, 768 mil no Peru, 288 mil no Chile e 263 mil no Equador. O Brasil vem em quinto lugar, com 168 mil venezuelanos, e a Argentina em seguida, com 130 mil. O México e outras nações da América Central e do Caribe também acolhem número significativo de migrantes da Venezuela. 

"Os países latinos e os do Caribe estão fazendo a sua parte para responder a esta crise sem precedentes, mas não se pode esperar que continuem fazendo sem auxílio internacional", afirmou Eduardo Stein, representante conjunto das organizações.

A severa crise econômica da Venezuela nos últimos cinco anos vem causando escassez de alimentos básicos e medicamentos, enquanto as hostilidades políticas entre o ditador Nicolás Maduro e seu rival, Juan Guaidó, levam a ondas de violência em protestos nas ruas.

A crise se aprofundou desde que os Estados Unidos impuseram sanções à indústria petrolífera do país, em abril, em um esforço para expulsar o chavista Maduro em favor do líder da oposição, o autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó.

Em comunicado separado também publicado nesta sexta (7), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgou que 3,2 milhões de crianças na Venezuela —ou uma em cada três— precisam de assistência humanitária

As taxas de mortalidade entre menores de cinco anos dobraram de 14 por 1.000 nascidos vivos em 2010/2011 para 31 por 1.000 nascidos vivos em 2017, segundo o porta-voz do Unicef, Christophe Boulierac.

A Unicef forneceu 55 toneladas de suprimentos de saúde a 25 hospitais em Caracas e outros estados do país neste ano, incluindo kits de obstetrícia, antibióticos e tratamentos contra a malária.

Na quinta (6), o ditador Nicolás Maduro anunciou em pronunciamento de rádio e TV que vai ampliar o acordo com a Cruz Vermelha para "acelerar e incrementar" a entrada de alimentos e remédios no país. 

Maduro não deu mais detalhes do acordo, mas lembrou que já há um tratado com o órgão em andamento.

Um carregamento de 24 toneladas de ajuda humanitária da Cruz Vermelha chegou ao país em meados de abril, após o ditador ter bloqueado anteriormente auxílios do tipo e negado a existência de uma crise social em seu país.​

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