O Exército dos EUA divulgou nesta segunda-feira (17) fotos que mostrariam membros da Guarda Revolucionária do Irã removendo uma mina de um petroleiro atacado no golfo de Omã na semana passada.
"Irã é responsável pelo ataque, baseado nas evidências de vídeo e nos recursos e na proficiência necessários para remover rapidamente a mina marítima não detonada", afirmou o Comando Central americano, em nota.
Momentos mais tarde, o secretário interino da Defesa, Patrick Sahahan, anunciou o envio de 1.000 soldados adicionais ao Oriente Médio para o que chamou de "propósitos defensivos", citando ameaças por parte do Irã.
"Os recentes ataques iranianos [contra petroleiros no golfo de Omã] validam as informações de inteligência que recebemos sobre o comportamento hostil das forças iranianas e dos grupos que ameaçam funcionários e interesses americanos por toda a região", afirmou Shanahan em nota.
Em maio, os EUA já haviam anunciado o envio de mais 1.500 soldados, após um primeiro ataque contra petroleiros —que Washington também atribuiu a Teerã.
Na quinta (13), o Pentágono divulgou um vídeo no qual um suposto bote de patrulha da guarda iraniana se aproxima do petroleiro japonês Kokuka Courageous e recolhe um dispositivo apontado como uma mina marítima que não teria explodido.
No entanto, essa versão foi refutada pelo presidente da empresa japonesa Kokuka Sangyo, que controla o petroleiro, no dia seguinte. Segundo Yutaka Katada, foi um “objeto voador” o responsável por atacar a embarcação.
O outro navio atacado foi o Front Altair, da Noruega.
O petroleiro foi atacado perto do estreito de Hormuz, um canal estratégico pelo qual cerca de 20% do petróleo consumido no mundo é transportado. A rota é essencial para produtores do Oriente Médio, como Arábia Saudita, Iraque, Emirados Árabes Unidos e Kuwait, além do Irã.
Autoridades norte-americanas já haviam culpado o Irã por ataques similares ocorridos há um mês contra quatro petroleiros na mesma área. Assim como fez agora, o Irã descartou qualquer envolvimento no episódio.
As tensões entre o Irã e os EUA —e seus respectivos aliados regionais— aumentaram desde que o presidente Donald Trump abandonou o acordo nuclear iraniano, no ano passado, e incrementou as sanções contra a república islâmica, em abril.
Nesta segunda (17), o Irã anunciou que vai aumentar seu estoque de urânio pouco enriquecido nos próximos dez dias, em uma violação do acordo firmado com outras potências em 2015.
O urânio pouco enriquecido é um tipo de combustível usado em reatores nucleares, mas, se passar por um processo de enriquecimento, pode servir como componente de armas nucleares. O Irã afirma que, caso as nações europeias não pressionem Trump, isso pode acontecer.
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