A pequena ilha norueguesa de Sommaroy, ao norte do Círculo Polar Ártico, está debatendo se livrar do tempo.
A ideia é que os cerca de 300 habitantes do local —onde o sol não se põe no período entre 18 de maio e 26 de julho— não precisem se ater às medições convencionais de horas do dia e da noite, e tenham flexibilidade para estabelecer horários de suas atividades de trabalho e estudo, por exemplo.
“Temos luz do dia constantemente, e agimos de acordo com essas circunstâncias”, disse em comunicado à rede CNN o morador Kjell Ove Hveding, que lidera o movimento pelo fim da contagem do tempo.
“No meio da noite, no que pode ser chamado de 2h da manhã, é possível ver crianças jogando bola, pessoas pintando suas casas ou cortando a grama do quintal e adolescentes indo nadar”, afirmou.
No último dia 13, ele se reuniu com um membro do parlamento norueguês para entregar uma petição para declarar a ilha uma “zona livre de tempo” e discutir a viabilidade prática e legal da proposta, relatou a CNN.
“Para muitos de nós, oficializar isso seria uma maneira de formalizar uma prática que já temos há gerações”, disse Hveding.
A população espera que assim possa aproveitar melhor os dias de sol, já que, durante um período entre novembro e janeiro, a ilha fica na escuridão.
“Por que precisamos de tempo e relógios quando não anoitece?”, questiona a página do movimento “Time-Free Zone” no Facebook. “Por que não nos desligamos do tempo, jogamos todos os relógios fora e nos esquecemos deles? A vida seria muito mais fácil.”
Qualquer visitante que chega à Sommaroy, cujas principais atividades são a pesca e o turismo, já pode ter um indício da relação curiosa que seus moradores possuem com o tempo —a ponte que dá acesso à ilha é enfeitada não com cadeados, mas relógios de pulso.
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