Ao lado do principal diplomata dos Estados Unidos no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quarta-feira (3), que seu governo atua para que não surja uma nova Venezuela na América do Sul.
“Temos um problema aqui ao norte do Brasil e não queremos que outros países enveredem para esse lado”, disse Bolsonaro, durante cerimônia de celebração da independência dos Estados Unidos na embaixada norte-americana, em Brasília.
O Brasil e os EUA reconhecem a legitimidade do líder oposicionista Juan Guaidó para comandar o país vizinho, oficialmente chefiado pelo ditador Nicolás Maduro.
Bolsonaro também disse que, durante o encontro bilateral que teve com Donald Trump na cúpula do G20, no Japão, pediu ao presidente dos EUA para que ele venha à América do Sul discutir com outros mandatários a crise na Venezuela.
“Nessa viagem ao Japão fiz uma solicitação a ele [Trump]. Talvez ele venha à América do Sul, onde reuniríamos os países que abandonaram a esquerda e foram para o centro e para a centro-direita”, declarou.
Bolsonaro não deu mais detalhes sobre essa possível visita do presidente americano à América do Sul, mas desde antes do encontro do G20 existe um convite para que Trump vá ao Chile em novembro para uma reunião da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico).
Não há, no entanto, confirmação se o mandatário irá a essa reunião no Chile.
Em sua fala, Bolsonaro ainda se comparou a Trump ao argumentar que tanto ele quanto o norte-americano tiveram trajetórias semelhantes em suas campanhas eleitorais.
De acordo com Bolsonaro, os eleitores do Brasil e dos EUA fizeram o que “seus corações determinaram” e não seguiram o que “diziam os especialistas”.
O presidente também voltou a afirmar que nas últimas décadas o Brasil e os EUA estiveram “um pouco afastados”, mas que houve reaproximação com seu governo, porque o “viés ideológico” foi abandonado.
Referindo-se aos EUA como “país irmão”, Bolsonaro disse que as duas nações estiveram juntas em diversos momentos da história.
“A liberdade não tem preço. Brasil e EUA, nos momentos mais difíceis da história do mundo, sempre estiveram juntos, como na Segunda Guerra Mundial, quando combatemos o nazi-fascismo”, declarou.
No palco com o presidente estavam, além da primeira-dama Michelle Bolsonaro e do chanceler Ernesto Araújo, o encarregado de negócios da embaixada dos EUA, William Popp —atualmente o principal diplomata norte-americano no país.
Após sua fala, Bolsonaro e os presentes no evento acompanharam uma queima de fogos.
Ao lado de Marcos Pontes, ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, o presidente posou para fotos em um cenário que lembrava a primeira viagem do homem à lua, que completa 50 anos em 2019 e foi realizada pelos EUA.
A presença do presidente da República em festas nacionais em embaixadas de outros países é evento raro e pouco comum na praxe diplomática.
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