China condena a 12 anos de prisão veterano ativista de direitos humanos

Huang Qi tinha site que ajudava vítimas do terremoto de Sichuan

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Pequim | Reuters e AFP

Um tribunal chinês condenou nesta segunda (29) o veterano ativista de direitos humanos Huang Qi a 12 anos de prisão. Ele é conhecido por administrar um site que auxilia vítimas do terremoto de 2008 na província de Sichuan, que deixou cerca de 87 mil mortos.

O Tribunal Popular Intermediário da província de Mianyang proferiu a sentença após "determinar que Huang Qi é culpado de vazar segredos de Estado deliberadamente", segundo um comunicado.

O jornalista de 56 anos também foi destituído de seus direitos políticos pelos próximos quatro anos.

Foto de 2015 mostra o dissidente Huan Qi em seu apartamento em Chengdu, na província de Sichuan
Foto de 2015 mostra o dissidente Huan Qi em seu apartamento em Chengdu, na província de Sichuan - Fred Dufour/AFP

​Huang Qi está detido desde 2016, para preocupação crescente de grupos de direitos humanos e da ONU.

Em julho de 2008, Huang Qi havia divulgado em seu blog um artigo sobre problemas estruturais das escolas que desabaram no terremoto de 12 de maio daquele ano, um dos piores da história da China.

Ele apontava a precariedade das construções e a falta de vistoria de segurança nos edifícios, além de dar apoio aos pais das crianças vítimas dos desabamentos.

No terremoto, cerca de 87 mil pessoas morreram, boa parte delas crianças que estavam em sala de aula quando os prédios caíram. Quase 5 milhões ficaram sem casa na província de Sichuan, a sudoeste do país.

O dissidente já esteve preso entre 2000 e 2005 por tentativa de subversão, após criar um site a favor da democracia, no qual denunciou inúmeros casos de corrupção dentro do governo.

Também reivindicou a libertação dos militantes que participaram do massacre da Praça da Paz Celestial, em 1989, e denunciou o desaparecimento de crianças sequestradas por quadrilhas de traficantes de menores.

Huang Qi recebeu em 2004 o prêmio Cyber-Freedom da organização Repórteres Sem Fronteiras.

Desde que assumiu o poder, em 2013, o dirigente Xi Jinping vem perseguindo e prendendo advogados e ativistas de direitos humanos. A China rejeita críticas e diz que os presos são criminosos que infringiram a lei.

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