Polícia identifica jovem de 19 anos como atirador que matou três na Califórnia

Homem foi morto por policiais cerca de um minuto depois de iniciar ataque à Feira do Alho de Gilroy

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Los Angeles e Gilroy (EUA) | AFP e Reuters

Um adolescente foi identificado como o atirador responsável pelo ataque a um festival gastronômico na Califórnia no domingo (28), informou a polícia local nesta segunda-feira. 

Ao menos três pessoas morreram quando Santino William Legan, 19, invadiu a Festa do Alho da cidade de Gilroy (120 quilômetros ao sul de San Francisco) e começou a disparar contra os frequentadores, disse o chefe da polícia da região, Scot Smithee. 

Entre os três mortos estavam uma criança de seis anos, uma adolescente de 13 e um homem na casa dos 20, disse o policial. Ele não divulgou a identidade das três vítimas, mas a família confirmou que a mais nova se chama Stephen Romero —sua avó foi uma das feridas na ação, mas não se sabe seu estado de saúde.  

Além dos mortos, outras 12 pessoas ficaram feridas, mas não está claro se elas foram atingidas por tiros ou se ficaram machucadas devido ao tumulto causado pelo ataque. A polícia inicialmente tinha afirmado que eram 15 feridos, mas mudou o número nesta segunda. 

Segundo Smithee, Legan estava armado com um fuzil "semelhante a um AK-47" e disparou por cerca de um minuto antes de ser morto por três policiais que estavam no local. A arma, disse o policial, foi comprada legalmente no estado de Nevada no último dia 9.

"Podia ter sido muito pior", disse o chefe da polícia a jornalistas. A cada ano, o festival recebe cerca de cem mil pessoas em seus três dias, quase o dobro da população de Gilroy.     

O nome do atirador foi inicialmente divulgado pela imprensa americana e pouco depois confirmado pelas autoridades. 

​Smithee disse que o atirador entrou no local cortando uma cerca para escapar de detectores de metal e da revista policial —a entrada de armas era proibida no festival.  

Ainda não há detalhes de suas motivações, mas a agência de notícias Reuters afirmou no domingo que ele fez postagens de cunho racista no mesmo dia do ataque. 

"Eca, é hora do festival do alho. Venha se embebedar com merdas superfaturadas", escreveu na legenda de uma foto publicada em sua conta no Instagram e que foi desativada nesta segunda. 

"Por que cidades superlotadas abrem mais espaço para hordas de mestiços e imbecis do Vale do Silício?", afirmava na legenda de outra imagem postada por ele no domingo.

A foto mostrava uma placa alertando sobre o alto risco de incêndios florestais e pedia que as pessoas lessem o livro "Might is Right", um tratado do final do século 19 de teor racista e sexista escrito por Arthur Desmond sob o pseudônimo Ragnar Redbeard. 

Smithee disse que os agentes ainda estão investigando se o atirador teve um cúmplice. "Acreditamos, com base nas declarações de testemunhas, que uma segunda pessoa esteve envolvida, mas não sabemos até que ponto", acrescentou.

O presidente Donald Trump comentou o assunto nesta segunda. "Enquanto famílias aproveitavam o tempo juntos no festival local, um assassino malvado abriu fogo e matou três cidadãos inocentes, incluindo uma criança pequena", disse ele na Casa Branca.

A senadora democrata Kamala Harris, que tenta conquistar a indicação do partido para concorrer à Presidência, também lamentou o episódio. "Sou grata aos serviços de emergência no local dos acontecimentos em Gilroy e penso naqueles feridos por essa violência sem sentido", afirmou.

Filmagens publicadas em redes sociais mostraram espectadores assustados e confusos correndo ao som dos tiros. ​

Evenny Reyes, 13, disse ao jornal San Jose Mercury News que a princípio achou que os disparos eram fogos de artifício, mas depois viu uma pessoa com uma perna ferida.

"Estávamos indo embora e vimos um cara com uma bandana amarrada na perna porque levou um tiro", contou Evenny ao jornal. "Havia um menino ferido no chão. As pessoas estavam cortando cercas para sair."

O diretor do festival, Brian Bowe, disse estar "profundamente chocado".

"Nossos mais de 4.000 voluntários trabalham duro todos os anos, e ver esse evento terminar desta maneira é simplesmente uma das coisas mais trágicas e tristes que já vivi", afirmou a jornalistas. 

A feira do alho de Gilroy inclui apresentações de grupos musicais e competições culinárias, além de lugares para comer e beber. 

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