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Sou membro de lobby pró-armas nos EUA e apoio medidas para evitar ataques a tiros

Senador pela Flórida, Rick Scott defende medidas que restringem acesso a armas

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Desde a onda terrível de massacres em El Paso, no Texas, e Dayton, em Ohio, no fim de semana passado, tentei passar mais tempo ouvindo e pensando do que conversando.

O senador Rick Scott durante fala em Washington
O senador Rick Scott durante fala em Washington - Win McNamee/Getty Images/AFP

O pontificialismo e o politicismo das autoridades eleitas de nada servem para ajudar as famílias enlutadas ou tranquilizar os americanos que temem que seus amigos ou entes queridos possam ser os próximos.

Conversar com famílias que perderam um pai, um filho, um cônjuge pode ter um efeito profundo sobre alguém que veja em primeira mão a devastação de sua perda. Sei disso por experiência pessoal.

Quando eu era governador da Flórida, o Estado foi marcado por vários tiroteios em massa, incluindo um em que morreram 17 pessoas, na Escola Secundária Marjory Stoneman Douglas, em Parkland, no ano passado.

Deixe-me ser claro: sou dono de uma arma, sou membro da Associação Nacional do Rifle e sou um forte defensor da Segunda Emenda da Constituição.

Mas o horror de Parkland exigiu uma resposta legislativa rápida e prática para tentar evitar futuros pesadelos.

Na Flórida, cerca de três semanas após o tiroteio em Parkland —e depois que as opiniões de especialistas em saúde mental, educação e polícia foram levadas em conta— eu assinei a Lei de Segurança Pública Escola Marjory Stoneman Douglas, cercado pelas famílias dos que perderam a vida tragicamente.

Agora, no rescaldo dos tiroteios em El Paso e Dayton, Washington deveria parar com as disputas partidárias e começar a trabalhar em soluções.

As medidas que tomamos na Flórida, além de dedicar US$ 400 milhões para aumentar a segurança escolar, incluíram uma cláusula de "bandeira vermelha".

Corretamente elaborada, a ordem de proteção contra risco extremo, como é conhecida, é uma medida de segurança pública de senso comum.

Qualquer pessoa que tenha ameaçado ferir a si mesma ou a outras pessoas, ou que seja mentalmente instável não deve ter acesso a uma arma. Em absoluto.

Você pode chamar isso de infração aos direitos, se quiser. Eu não me importo. Apenas tire as armas dessas pessoas.

Não se pode permitir que as ações de alguns doentes e distorcidos tirem os direitos constitucionais dos cidadãos cumpridores da lei.

E sejamos claros: privar os americanos de seu direito constitucional de portar armas é o objetivo final de muitos na esquerda, que exploram tragédias como essas para obter ganhos políticos.

Mas isso não muda o fato de que não devemos permitir que as pessoas que ameaçam prejudicar a si mesmas ou aos outros tenham armas.

Como é o caso da maioria das leis, o diabo pode estar nos detalhes. Sempre que permitimos que o governo tome esse tipo de ação agressiva, devemos permitir também fortes proteções no devido processo legal.

Sem o devido processo, todo o sistema legal pode se transformar em regra da máfia. O devido processo é uma parte crucial da jurisprudência dos Estados Unidos e da Justiça básica.

É por isso que um juiz deve determinar se uma pessoa atende ao limite da bandeira vermelha para ter uma arma.

Qualquer pessoa assim deve ter a oportunidade de defender seu caso perante um juiz em uma audiência que ocorra de maneira oportuna e rápida.

Se uma ordem extrema de proteção contra o risco for executada, o Estado deve reavaliar seu caso após um período curto e razoável.

O processo deve incluir penalidades criminais para aqueles que o instigam com acusações falsas ou frívolas.

Devemos encarar o fato de que nossa cultura produziu uma subclasse de jovens predominantemente brancos que não valorizam a vida humana, que vivem vidas sem propósito, de anonimato e dependência digital, e que cada vez mais agem conforme seus desejos mais perversos, às vezes com ódio racial.

O progresso pode ser feito nas arenas legislativa e judicial, mas nenhuma quantidade de novas leis pode deter completamente os criminosos ou curar as causas da violência.

Os problemas são mais profundos do que armas ou peças inanimadas de ferragem.

Uma coisa que não faz absolutamente nada para ajudar são os jogos quase instantâneos de politicagem e acusação que se seguem a cada nova chacina.

Não podemos trazer de volta as 31 vidas perdidas no fim de semana passado nos tiroteios em El Paso e Dayton, ou as 17 vítimas de Parkland.

Mas podemos nos comprometer agora a aumentar as medidas de segurança para que menos famílias e menos comunidades enfrentem essas tragédias.

Rick Scott é um senador republicano dos EUA pela Flórida               Tradução de Luiz Roberto Mendes Gonçalves  

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