Bolsonaro diz que só morto não irá a uma posse de Lacalle Pou

Com disputa apertada, Corte Eleitoral do Uruguai faz checagem dos chamados 'votos observados'

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Brasília

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira (25) que só se estiver morto não comparecerá a uma eventual posse do candidato presidencial de centro-direita e de oposição no Uruguai, Luis Lacalle Pou.

Após uma votação apertada, a Corte Eleitoral do Uruguai realiza uma checagem dos chamados "votos observados" antes de anunciar o resultado oficial. De acordo com a primeira apuração, Pou tem 48,71%, e o candidato governista, Daniel Martínez, 47,51%.

"Eu acho que dificilmente reverte. Se porventura tivesse declarado ontem [Lacalle Pou] como vitorioso, já estava acertado um telefonema nosso, bem como a confirmação de nossa ida à posse", afirmou o presidente brasileiro.

O candidato Luis Lacalle Pou, do Partido Nacional, aguarda em Montevidéu resultados oficiais da eleição uruguaia - Mariana Greif/Reuters

​Bolsonaro salientou que, apesar de ter preferência pelo candidato de centro-direita, não deixará de dialogar com Martínez caso ele seja confirmado vencedor. Ele sinalizou, contudo, que, nesse cenário, não compareceria à cerimônia posse.

"Só se estiver morto. Se não estiver morto, irei à posse desse candidato [Lacalle Pou]. [Só] Desse candidato. O outro eu converso com ele. Ele não se manifestou como o da Argentina se manifestou", disse.

A diferença entre os candidatos é de cerca de 30 mil votos. Há 35 mil "votos observados" para serem analisados. Nessa categoria, entram os eleitores que votaram em uma zona eleitoral diferente de onde estão registrados ou que não são encontrados nos cadastros nos locais de votação.

A lei estabelece que esses votos sejam registrados de modo separado, para que depois a Justiça Eleitoral possa confirmar a identidade desses eleitores, incluí-los no cadastro e, assim, validar seus votos.

O cenário é adverso para Martínez. Após a apuração de 100% das zonas eleitorais, o candidato de centro-esquerda precisa obter 91% dos votos observados, de acordo com a empresa de consultoria Enia, que analisa as estatísticas de votação.

Apesar do aceno de Bolsonaro, Lacalle Pou já criticou o presidente brasileiro por manifestar preferência sobre um processo interno de um país vizinho. Na ocasião, ele rechaçou o apoio de Bolsonaro e disse que o Uruguai não decide baseado no que pensam os brasileiros.

Em outubro, o Ministério das Relações Exteriores do Uruguai chegou a convocar o embaixador do Brasil no país, Antonio Simões, para pedir explicações.

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