Vigília por jovem morto em ação policial vira protesto violento em Hong Kong

Estudante que caiu de prédio é primeira vítima de dispersão da polícia desde início de manifestações

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Hong Kong | Reuters

Uma vigília à luz de velas em homenagem a um estudante morto durante uma manifestação pró-democracia em Hong Kong transformou-se em um protesto violento nesta sexta-feira (8), com choques entre a polícia e os manifestantes.

O universitário morto, Chow Tsz-lok, 22, caiu do terceiro para o segundo andar de um estacionamento na última segunda-feira (4) durante uma dispersão de manifestantes pela polícia. Ele morreu nesta sexta-feira.

Vigília à luz de vela em homenagem ao estudante Alex Chow, morto após cair de prédio
Vigília à luz de vela em homenagem ao estudante Alex Chow, morto após cair de prédio - Anthony Wallace/AFP

​Chow foi a primeira vítima de operações policiais de dispersão desde que os protestos começaram, em junho. Nesse mesmo mês, Marco Leung, 35, caiu de um andaime enquanto colava banners de protesto. Desde então, alguns suicídios de jovens também têm sido relacionados às manifestações.

A universidade exigiu uma investigação independente sobre a morte de Chow, afirmando que uma ambulância foi bloqueada por carros de polícia, e os socorristas tiveram que caminhar até o local da queda, demorando 20 minutos a mais para chegar.

A polícia negou que tenha bloqueado a ambulância, e uma porta-voz, com lágrimas nos olhos, disse que encontraria a verdade o quanto antes for possível. O governo expressou “grande pesar e arrependimento”. O estacionamento declarou que vai liberar gravações de câmeras de segurança.

Após a morte de Chow, centenas de estudantes, muitos usando máscaras e carregando velas, foram até a universidade levando flores brancas como tributo. Milhares de pessoas deixaram as homenagens no estacionamento de onde ele caiu e marcharam em silêncio pela cidade.

Depois o clima mudou, e manifestantes começaram a gritar contra o abuso policial, bloquearam ruas e vandalizaram uma estação de metrô.

Os episódios mais violentos ocorreram em um distrito que é um dos mais densamente povoados do mundo, onde ativistas construíram barricadas e vandalizaram uma estação de metrô.

A polícia usou um robô para detonar um explosivo suspeito e jogou gás lacrimogêneo contra manifestantes. São esperados mais protestos no fim de semana.

A onda de revolta foi desencadeada por um projeto de lei que facilitaria a extradição de suspeitos para serem julgados na China continental.

O plano foi visto como uma ameaça às liberdades individuais no território autônomo e acabou revogado. O movimento passou a englobar outras demandas do povo, que vê interferência crescente do regime chinês.

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