O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, anunciou nesta terça-feira (19) o fim dos acordos do governo palestino com Israel e com os EUA.
“[O governo palestino] está liberado, a partir de hoje, de todos os acordos e entendimentos com o governo americano e israelense e de todas as obrigações baseadas nesses acordos, incluindo os relacionados à segurança”, disse Abbas, em reunião com outros líderes palestinos em Ramallah, capital administrativa da ANP.
A declaração de Abbas vem após uma nova gestão tomar posse em Israel no último domingo (17). Uma coalizão entre o primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu, e Benny Gantz, líder do partido centrista Azul e Branco, conseguiu formar governo no país, marcando o fim de 500 dias de impasse político.
A anexação do vale do Rio Jordão e de assentamentos espalhados pela Cisjordânia é uma das promessas de campanha de Netanyahu. O novo governo planeja começar a debater em julho a extensão de sua soberania sobre essas áreas, medida apoiada pelos EUA.
Na semana passada, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, visitou Israel e disse que a anexação deveria ser feita de acordo com o plano de paz para a região elaborado por Washington.
Mas Mahmoud Abbas afirma que a medida arruinaria qualquer possibilidade de paz entre Israel e Palestina, impossibilitando a criação de dois Estados na região.
Abbas já havia ameaçado colocar fim nos acordos entre os três países. Na semana passada, o presidente afirmou que qualquer anexação culminaria no rompimento dos acordos.
Ele não deu detalhes sobre o significado prático da declaração desta terça.
Especialistas dizem que a coordenação entre as forças de segurança de Israel e da Palestina na Cisjordânia ocupada é benéfica para os dois países, já que evita que o Hamas se estabeleça nesse território.
A Cisjordânia é governada pelo partido Fatah, de Abbas, enquanto o Hamas domina a Faixa de Gaza.
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