Em meio a um aumento exponencial do número de casos de coronavírus no Chile, o ministro da Saúde, Jaime Mañalich, anunciou na tarde deste sábado (13) que deixaria o cargo, por um "dever republicano".
O agora ex-titular da pasta já vinha sendo deixado de lado nas entrevistas coletivas para apresentar as cifras da pandemia no país.
O presidente chileno, Sebastián Piñera, aprovou a demissão de Mañalich, segundo comunicado do Palácio de La Moneda, sede do governo chileno.
"Nas próximas semanas teremos uma maior exigência e um maior estresse da rede hospitalária e assistencial do país, e cheguei à conclusão de que esta nova etapa requer uma nova liderança", afirmou Mañalich no pronunciamento de demissão.
"Alguém que seja mais aberto ao diálogo, e que tenha maior poder de convocação das pessoas."
O ex-ministro disse que a decisão tinha o apoio de Piñera e que ambos haviam chegado à conclusão de que ele teria "de dar um passo para o lado." Se é para que o governo ganhe confiança, faço isso feliz."
Em seu lugar, o presidente indicou Enrique Paris, que já assumiu o cargo. Paris é ex-presidente do Colegio Médico do Chile e integrava o comitê de luta contra a pandemia como assessor do Ministério da Saúde.
Em sua posse, disse que quer "chamar para o diálogo e para a cooperação todas as sociedades científicas, todos os sindicatos e grêmios de trabalhadores da saúde e todos os colégios profissionais da área para que nos reunamos e trabalhemos em conjunto".
Mañalich era criticado devido à demora para adotar medidas preventivas no início da pandemia, às falhas no sistema de quarentenas verticais e às controvérsias sobre os números de mortos pelo coronavírus.
Esta última polêmica ocorreu na última semana, quando veio à público que o Ministério de Saúde chileno havia informado à OMS (Organização Mundial da Saúde) um número maior de infectados e mortos dos que os informados à população.
Mañalich também ficou conhecido por algumas afirmações infelizes, ditas quando a crise já se mostrava agressiva, como a de que o vírus podia "mudar e se transformar numa boa pessoa".
O Chile teve de retroceder, nas últimas semanas, de um processo de abertura da economia que fez disparar os casos, principalmente na região metropolitana de Santiago, epicentro da pandemia no país.
Nesse momento, as críticas da oposição ganharam força, e teve início uma série de manifestações de rua por mais transparência e por planos de assistência aos que não podiam sair para trabalhar.
Hoje, o país registra 167.355 casos confirmados e 3.101 mortes. Durante a semana passada, foram registrados recordes diários de novas infecções e de óbitos.
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