Número de mortos nos EUA após passagem do furacão Laura sobe para 14

Maior parte dos óbitos está relacionada a intoxicação por monóxido de carbono em razão do uso de geradores

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Lake Charles | AFP

Dois dias depois da chegada do furacão Laura aos Estados Unidos, subiu para 14 o número de mortes em decorrência do fenômeno, considerado um dos mais poderosos a atingir o país.

Embora as previsões catastróficas feitas pelos meteorologistas não tenham se materializado, Laura causou inundações, destruiu casas e prédios e derrubou centenas de árvores.

Além disso, cerca de 700 mil pessoas ficaram sem energia elétrica na Louisiana e no Texas, das quais pelo menos 500 mil ainda estão com problemas de abastecimento, de acordo com o site PowerOutage, que monitora interrupções de energia em todo o país.

A maior parte das mortes —oito óbitos, segundo autoridades locais— está relacionada a casos de intoxicação por monóxido de carbono, substância química liberada por geradores caseiros.

Rua em Lake Charles, na Louisiana, após passagem do furacão Laura - Joe Raedle - 27.ago.20/AFP

Nas redes sociais, o governador da Louisiana, John Bel Edwards, publicou orientações sobre o uso correto dos equipamentos.

"Nunca use geradores em ambientes fechados. A inalação [de monóxido de carbono] pode levar rapidamente à incapacitação total ou morte", escreveu Edwards. "Se você começar a se sentir mal, com tonturas ou fraqueza ao usar um gerador, busque ar fresco imediatamente."

De acordo com autoridades de saúde locais, outras cinco pessoas morreram ao serem atingidas por árvores caídas e um homem se afogou em um dos vários pontos de inundação.

"Estou preocupado porque, à medida que continuarmos saindo e guiando buscas e resgates primários e secundários, encontraremos mais mortos", disse Edwards.

O presidente dos EUA, Donald Trump, visitou Lake Charles neste sábado (29) e se encontrou com membros da Guarda Nacional que atuam no socorro aos moradores.

Sobre o número de mortes, o republicano disse que "é um número enorme, mas vocês estavam pensando que poderia ter sido muito pior".

O presidente assinou um decreto declarando estado de emergência na Lousiana na sexta (29). Mais tarde, ele viajou a Orange, no Texas.

Em nenhuma das duas visitas ele se reuniu com moradores afetados pela tempestade.

Meteorologistas haviam estimado que o furacão poderia formar uma enorme parede de água com cerca de 65 km de extensão e altura equivalente a um prédio de dois andares.

Segundo essas projeções, as ondas decorrentes do fenômeno poderiam avançar até 50 km continente adentro, e o nível das águas subiria entre 4,5 e 6 metros acima do normal.

Embora as previsões não tenham se materializado, os moradores que obedeceram às ordens de evacuação não sabem o que vão encontrar ao retornar às suas casas. Os que já voltaram encontram um cenário de destruição e de escassez de recursos como água potável e energia elétrica. A recuperação pode levar meses.

De acordo com o Centro Nacional de Furacões (NHC), Laura chegou aos EUA em Cameron, na costa da Louisiana, como um furacão de categoria 4, a segunda maior da escala, com ventos de 240 km/h.

O medo de que a tragédia causada pelo furacão Katrina se repetisse, colocou milhões de pessoas em estado de alerta. Em 2005, o Katrina destruiu a cidade de Nova Orleans e deixou mais de 1.800 mortos.

Ao atingir o continente, o primeiro impacto do furacão Laura foi mais forte que o Katrina —que chegou aos EUA como um fenômeno de categoria 3. A principal diferença foi que o Katrina continuou ganhando força no continente e subiu para a categoria máxima.

Laura, por sua vez, foi perdendo força gradativamente até que, na noite da quinta-feira (27), foi rebaixado a depressão tropical. Segundo especialistas ouvidos pela Folha, isso acontece porque a principal fonte de energia dos furacões é o vapor da água dos oceanos. Em terra firme —mais fria e seca—, eles perdem essa fonte e se dissipam gradualmente.

Agora, a previsão dos meteorologistas é que a depressão tropical continue seguindo em direção à Costa Leste. De acordo com o NHC, Laura deve deixar o continente entre a noite deste sábado e a madrugada de domingo (30).

Antes de chegar aos EUA, Laura passou como tempestade tropical por Cuba, onde provocou fortes chuvas e alguns danos. No fim de semana, a tempestade causou 35 mortes no Haiti e na República Dominicana.

Segundo o NHC, a temporada de tempestades no Atlântico, que vai até novembro, deve ser uma das mais severas. Meteorologistas preevem até 25 fenômenos, dos quais o furacão Laura é o 12º.

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