Descrição de chapéu Eleições EUA 2020

Putin propõe aos EUA acordo de não interferência durante as eleições

Governo russo é acusado de ter agido para beneficiar Trump na eleição de 2016

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Moscou | Reuters

Pouco mais de um mês antes das eleições presidenciais americanas, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, propôs aos Estados Unidos um acordo de não interferência nos pleitos entre os dois países como forma de prevenir incidentes cibernéticos.

Em nota divulgada nesta sexta-feira (25), o russo afirmou que um dos maiores desafios estratégicos atuais é o risco de "confrontos de larga escala na esfera digital" e sugeriu um reinício das relações entre os dois países no uso de tecnologias de informação e comunicação.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, discursa a membros do Conselho da Federação (equivalente ao Senado brasileiro) - Mikhail Klimentyev - 23.set.2020/Reuters

"[Proponho] uma troca de garantias de não interferência nos assuntos internos um do outro, incluindo processos eleitorais, por meio do uso de métodos de alta tecnologia de informação e comunicação", disse Putin.

Ele também propôs a restauração integral das linhas de comunicação entre as agências de inteligência dos dois países para que possam discutir informações essenciais sobre questões de segurança.

A relação entre os dois países é historicamente complicada, mas a situação piorou ainda mais nos últimos anos. A decisão russa de anexar a Crimeia da Ucrânia em 2014 e o apoio de Putin ao ditador sírio, Bashar al-Assad, deixaram o cenário ainda mais difícil.

Mais recentemente, houve também as tensões com o ocidente nos casos do provável envenamento do líder opositor Alexei Navalni e o apoio russo ao ditador da Belarus, Aleksandr Lukachenko.

Além disso, agências de inteligência dos EUA concluíram que a Rússia interferiu na campanha presidencial de 2016 , com o objetivo de eleger o republicano Donald Trump

Moscou teria envolvimento, entre outras ações, no ataque contra o email da então candidata democrata, Hillary Clinton, e no vazamento das informações confidenciais. O Kremlin nega todas as acusações.

Neste ano, o FBI informou empresas de redes sociais que o grupo russo que interferiu em 2016 está operando novamente nas eleições deste ano.

A Microsoft também identificou tentativas de interferência externa em uma série de ciberataques realizados por agentes estatais da Rússia, China e Irã contra as campanhas presidenciais de Joe Biden e de Donald Trump, que tenta a reeleição.

A Rússia também nega estar tentando influenciar a campanha deste ano.

Apesar de Trump e Putin se elogiarem recorrentemente, os Estados Unidos mantém uma série de sanções contra cidadãos e instituições russas, desde que Obama retaliou a interferência russa na eleição vencida por Trump em 2016, pouco antes de deixar o cargo.

Trump, porém, já disse que quer virar a página e trabalhar com Putin em questões como as ambições nucleares da Coreia do Norte.

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