Descrição de chapéu Governo Biden Rússia

Às vésperas de encontro com Putin, Biden sugere que Rússia é mais fraca do que parece

Presidentes têm reunião marcada para quarta (16) em Genebra

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Newquay (Reino Unido) e Bruxelas | Reuters

O presidente americano, Joe Biden, disse neste domingo (13) que seu homólogo russo estava certo ao considerar a relação entre os dois países no seu pior momento histórico —e aproveitou para sugerir que a Rússia é mais fraca do que parece.

O democrata tem uma reunião marcada com Vladimir Putin, a quem chamou de autocrata, na próxima quarta-feira (16) em Genebra, na Suíça.

O presidente Joe Biden e a primeira-dama, Jill, desembarcam no aeroporto de Heathrow, no Reino Unido - Brendan Smialowski/AFP

A lista de discordâncias a serem debatidas é enorme e inclui espionagem, ataques de hackers, interferência no processo eleitoral, Ucrânia, Belarus e direitos humanos.

Analistas, no entanto, não esperam grandes avanços na cúpula entre as duas nações —que somam mais de 90% do arsenal nuclear do mundo.

"Autocratas têm um enorme poder e não precisam responder ao público, e o fato é que pode acontecer de, se eu responder a ele [Putin] na mesma moeda, como vou fazer, ainda posso não dissuadi-lo", disse Biden no litoral inglês, onde se reuniu com os líderes do G7. "Ele quer continuar."

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Biden, que já chamou Putin de assassino pelo envenenamento do líder opositor russo Alexei Navalni, também chamou a atenção para os "dilemas" vividos internamente —o colapso econômico pós-União Soviética e os problemas com a pandemia de Covid-19.

"A Rússia se envolveu em atividades que acreditamos serem contrárias às normas internacionais, mas eles também têm problemas sérios, com os quais estão tendo dificuldade de lidar."

Questionado por que as sanções ocidentais ao longo dos anos não pararam o presidente russo, que comanda o país desde 2012, Biden fez graça: "Ele é o Vladimir Putin".

O presidente americano disse também "ter ficado sabendo" que Putin havia falado em trocar cibercriminosos e que estava aberto a discutir a ideia. “Acho que é potencialmente um bom sinal de progresso.”

A declaração de Putin havia sido feito pela manhã, em uma entrevista a uma emissora estatal. Segundo o presidente russo, os países deveriam “assumir compromissos iguais”: "A Rússia fará isso naturalmente, mas apenas se os EUA também extraditarem os criminosos correspondentes".

A uma pergunta sobre se ele estaria disposto a essa troca, Biden disse que, "se houver pessoas que cometem crimes contra a Rússia nos Estados Unidos, estou resolvido a fazê-las pagar por isso".

Em seu comunicado final, o G7 "reafirma o apelo à Rússia para que interrompa seu comportamento desestabilizador e atividades malignas, incluindo sua interferência na democracia de outros países".

O texto também pede que o governo de Putin "investigue urgentemente e explique com credibilidade o uso de produto químico como arma", uma referência ao envenenamento de rivais, e que combata os criminosos cibernéticos.

O texto defende ainda que a Rússia "retire suas tropas militares da fronteira oriental da Ucrânia e da península da Crimeia". "A Rússia é parte no conflito no leste da Ucrânia, não um mediador", e deve se comprometer com o cessar-fogo, afirma o G7.

​A Casa Branca e o Kremlin mantêm uma relação turbulenta desde que se tornaram rivais ao fim da Segunda Guerra Mundial, e atualmente os EUA colocam Putin ao lado do chinês Xi Jinping como suas duas grandes ameaças estratégicas.

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