Saiba a proporção da participação feminina na política em diferentes países pelo mundo

Mulheres ocupam em média um quarto dos assentos em casas legislativas

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Vinte e seis anos depois da Declaração e Plataforma para Ação de Pequim, que estabeleceu a meta internacional para alcançar o equilíbrio de gêneros na tomada de decisões políticas, as mulheres continuam sub-representadas em todos os níveis de poder.

Veja qual é a participação feminina na política em diferentes países pelo mundo.

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, durante discurso anual ao Congresso, ao lado de sua vice, Cristina Kirchner
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, durante discurso anual ao Congresso, ao lado de sua vice, Cristina Kirchner - Natacha Pisarenko - 1º.mar.21/AFP
  • Em média, globalmente, as mulheres detêm 25,5% das duas Casas somadas. A diferença é maior na região do Pacífico (20,9%), no Oriente Médio e no Norte da África (17,8%) e na Ásia (20,4%), e menor nas Américas (32,4%) e na Europa (30,4%). Na África Subsaariana, a média é quase igual à média global (25%).
  • Apenas dois países no mundo tinham mais parlamentares mulheres na Câmara Baixa do que homens (Ruanda e Cuba), e um tinha paridade 50/50 no Parlamento (Emirados Árabes Unidos) em 1º de janeiro de 2021.
  • Os únicos três países com mais mulheres do que homens no Senado são Austrália (51,3%), Antígua e Barbuda (52,9%) e Bolívia (55,6%), seguidos de perto pelo México (49,2%).
  • Apenas 22 de 193 países têm uma mulher como chefe de governo (Bangladesh, Barbados, Dinamarca, Estônia, Etiópia, Finlândia, Gabão, Geórgia, Alemanha, Grécia, Islândia, Lituânia, Nepal, Nova Zelândia, Noruega, Peru, Moldova, Sérvia, Singapura, Eslováquia, Togo e Trinidad e Tobago), nove dos quais também são chefes de Estado.

Veja mapa da ONU da representação política em 1º de janeiro de 2021


  • Segundo a ONU, 119 países nunca tiveram uma mulher líder, o que salienta que, no ritmo atual, a igualdade de gêneros nos principais cargos de poder não será alcançada por mais 130 anos.
  • Em 2021, apenas 13 países tinham 50% ou mais de mulheres em cargos ministeriais (Nicarágua, Áustria, Bélgica, Suécia, Albânia, Ruanda, Costa Rica, Canadá, Andorra, Finlândia, França, Guiné-Bissau e Espanha). Globalmente, a maioria das ministras tende a ter pastas vinculadas a assuntos da família e da criança, assuntos sociais, ambiente, emprego e igualdade de gêneros.
  • 82% das mulheres parlamentares que participaram de um estudo realizado pela União Interparlamentar em 39 países de cinco regiões em 2016 relataram ter experimentado alguma forma de violência psicológica (comentários, gestos e imagens de natureza sexual sexista ou humilhante feitas contra elas ou ameaças e/ou assédio) enquanto cumpriam seus mandatos.

E...

  • Segundo pesquisa da Universidade de Cambridge, as legisladoras mulheres são mais propensas a defender políticas que apoiam a educação e a saúde —também é maior a probabilidade de que elas aprovem e implementem leis que promovem a igualdade de gêneros, incluindo leis sobre violência doméstica, estupro e assédio sexual.
  • De acordo com o Conselho de Relações Exteriores, quando a representação parlamentar das mulheres aumenta 5%, um país tem quase cinco vezes menos probabilidade de reagir a uma crise internacional com violência. Nos países, a representação parlamentar das mulheres é associada a um menor risco de guerra civil e menores níveis de abusos aos direitos humanos cometidos pelo Estado, como desaparecimentos, mortes, detenções políticas e tortura.

Representação nos países do projeto 'Towards Equality'

  • No Afeganistão (que está em 71º lugar entre os 193 países analisados pela ONU em relação à paridade de gêneros no Parlamento), as mulheres atualmente ocupam 27% da Câmara Baixa e 27,9% do Senado ou da Câmara Alta. As mulheres detêm 6,5% dos cargos ministeriais do país (2 de 31).
  • Na Argentina (18ª posição entre 193 países analisados pela ONU em relação à paridade de gêneros no Parlamento), as mulheres ocupam hoje 42,4% da Câmara Baixa e 40,3% do Senado ou Câmara Alta. Uma mulher é atualmente presidente do Senado. As mulheres ocupam 18,2% dos cargos ministeriais do país (4 de 22).
  • No Brasil (que está na 142ª posição entre 193 países analisados pela ONU sobre paridade de gêneros no Parlamento), as mulheres atualmente ocupam 15,2% da Câmara Baixa e 12,4% do Senado e detêm 10,5% dos cargos ministeriais do país (2 em 19).
  • Na França (27º entre os 193 países analisados pela ONU), as mulheres atualmente ocupam 34,8% da Câmara Baixa e 12,4% do Senado ou Câmara Alta do Parlamento e controlam 50% dos cargos ministeriais (9 de 18).
  • Na Itália (que está na 35ª posição entre os 193 países analisados pela ONU, empatada com a Guiana), as mulheres atualmente ocupam 35,7% da Câmara Baixa e 34,4% do Senado ou Câmara Alta do Parlamento. Uma mulher é atualmente presidente do Parlamento. As mulheres detêm 36,4% dos cargos ministeriais do país (8 de 22).
  • No Japão (que fica na 166ª posição entre os 193 países analisados), as mulheres atualmente ocupam 9,9% da Câmara Baixa e 23% do Senado ou Câmara Alta do Parlamento. Uma mulher é atualmente presidente do órgão legislativo. As mulheres dirigem 10% dos ministérios do país (2 em 20).

Lá Fora

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  • No Quênia (105ª posição entre 193 países analisados pela ONU sobre a paridade de gêneros no Parlamento, empatado com Fiji e Camboja), as mulheres atualmente detêm 21,6% da Câmara Baixa e 12,4% do Senado ou Câmara Alta. Elas ocupam 31,8% dos cargos ministeriais do país (7 de 23).
  • No Líbano (183ª posição entre os 193 países analisados pela ONU), as mulheres atualmente detêm 4,7% do Parlamento (Câmara dos Deputados). O país não tem Senado. Elas exercem 31,6% dos cargos ministeriais do país (6 em 19).
  • No Marrocos (que está na 114ª posição entre os 193 países analisados pela ONU), as mulheres atualmente ocupam 20,5% da Câmara Baixa e 11,7% do Senado ou Câmara Alta do Parlamento e 15,8% dos cargos ministeriais do país (3 em 19).
  • Na África do Sul (12ª posição entre os 193 países analisados pela ONU em relação à paridade de gêneros no Parlamento), as mulheres atualmente ocupam 45,8% da Câmara Baixa e 41,5% do Senado ou Câmara Alta. Uma mulher é hoje a presidente do Parlamento. As mulheres detêm 48,3% dos cargos ministeriais do país (14 de 29).
  • Na Espanha (16ª posição entre os 193 países analisados pela ONU), as mulheres detêm hoje 44% da Câmara Baixa e 40,8% do Senado ou Câmara Alta do Parlamento. Uma mulher é atualmente presidente do órgão. As mulheres ocupam 50% dos cargos ministeriais do país (11 de 22).
  • Na Suíça (20ª posição entre os 193 países analisados pela ONU em relação à paridade de gêneros no Parlamento), as mulheres atualmente controlam 42% da Câmara Baixa e 26,1% do Senado ou da Câmara Alta e detêm 42,9% dos cargos ministeriais do país (3 de 7).
  • No Reino Unido (que está em 39º lugar entre os 193 países analisados pela ONU em relação à paridade de gêneros no Parlamento, empatado com Camarões), as mulheres detêm hoje 33,9% da Câmara Baixa e 27,9% do Senado ou Câmara Alta do Parlamento. As mulheres comandam 23,8% dos ministérios do país (5 de 21).

Esta reportagem está sendo publicada como parte do projeto "Towards Equality", uma iniciativa internacional e colaborativa que inclui 15 veículos de imprensa para apresentar os desafios e soluções para alcançar a igualdade de gênero.

Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves

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