Descrição de chapéu folha explica

Entenda que acusações Trump e sua empresa enfrentam na Justiça

Investigações contra ex-presidente dos EUA incluem questões ligadas a interferência eleitoral e invasão do Capitólio

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Jan Wolfe Tom Hals
Reuters

O diretor financeiro da Organização Trump se apresentou às autoridades nesta quinta-feira (1º), enquanto ele e a companhia que leva o nome de Donald Trump se preparam para enfrentar as primeiras acusações criminais de uma investigação que paira sobre o ex-presidente dos EUA há anos.

Allen Weisselberg, antigo braço-direito de Trump que ajudou a conduzir o império imobiliário do republicano durante sua Presidência, e a Organização Trump foram indiciados formalmente nesta quinta.

O ex-presidente dos EUA Donald Trump visita parte inacabada do muro que divide a fronteira com o México
O ex-presidente dos EUA Donald Trump visita parte inacabada do muro que divide a fronteira com o México - Callaghan O'Hare - 30.jun.21/Reuters

Abaixo estão algumas das investigações e processos legais que envolvem o ex-presidente americano.

Acusações criminais contra a Organização Trump em Nova York

O indiciamento se concentra em se Weisselberg e outros diretores receberam vantagens, como apartamentos livres de aluguel e carros alugados, sem declará-los adequadamente no imposto de renda.

Documentos legais e registros incluídos na investigação mostram que Weisselberg, um confidente da família Trump, e seu filho Barry receberam benesses corporativas e presentes no valor de dezenas de milhares ou centenas de milhares de dólares em seus anos de associação à Organização Trump.

O indiciamento pelo promotor público distrital de Manhattan, Cyrus Vance Jr., pode pôr em risco a companhia, ao desencorajar credores e investidores a fazer negócios com ela. A empresa provavelmente será multada e incorrerá em outras penas se for considerada culpada.

O promotor ainda poderá acusar Trump, especialmente se Weisselberg cooperar e depuser contra o empresário que se tornou político republicano. Trump diz que a investigação tem motivação política.

Investigação civil da procuradora-geral de Nova York

A procuradora-geral do Estado de Nova York, Letitia James, examina se a Organização Trump inflou os valores de algumas propriedades para obter empréstimos mais vantajosos e se baixou seus valores para conseguir isenções fiscais sobre propriedades. Registros judiciais mostram que James está investigando como a companhia e seus agentes avaliaram o valor de Seven Springs, uma propriedade de 85 hectares ao norte de Manhattan que Trump comprou em 1995.

Lá Fora

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A companhia diz que a mansão de mais de cem anos construída no terreno, com 4.600 m², foi usada como casa de férias pela família Trump, mas a propriedade se tornou um veículo para descontos fiscais.

Investigação sobre interferência na eleição na Geórgia

Promotores do maior condado da Geórgia abriram uma investigação criminal sobre as tentativas de Trump de influenciar os resultados no estado da eleição presidencial de novembro de 2020, vencida pelo democrata Joe Biden. A investigação é conduzida pela promotora distrital do condado de Fulton, Fani Willis, e se concentra em parte num telefonema que Trump fez para o secretário de Estado da Geórgia, o republicano Brad Raffensperger, em janeiro. Trump pediu a ele que "encontrasse" os votos necessários para reverter sua derrota na eleição, segundo gravação de áudio obtida pelo Washington Post.

Especialistas jurídicos dizem que os telefonemas de Trump podem ter violado pelo menos três leis eleitorais da Geórgia: conspiração para cometer fraude eleitoral, solicitação criminosa para cometer fraude eleitoral e interferência intencional no desempenho de deveres eleitorais. Trump, porém, poderá argumentar que estava praticando livre expressão e não pretendia influenciar a eleição.

Caso de difamação de E. Jean Carroll

E. Jean Carroll, uma ex-redatora da revista Elle, processou Trump por difamação em 2019 depois que o presidente negou a denúncia de que ele a estuprou nos anos 1990 em uma loja de departamentos de Nova York e a acusou de mentir para esquentar as vendas de um livro.

Em agosto de 2020, um juiz estadual permitiu que o caso fosse em frente, e os advogados de Carroll puderam pedir uma amostra de DNA de Trump para comparar com um vestido que ela usava na loja.

O Departamento de Justiça dos EUA, sob o novo governo Biden, tomou uma decisão surpreendente em junho ao continuar defendendo Trump no caso, afirmando que queria proteger a Presidência, e não Trump.

Ataque ao Capitólio em 6 de janeiro

Trump foi citado como réu em processos sobre a invasão do Capitólio dos EUA por seus apoiadores, em uma tentativa de perturbar a confirmação pelo Congresso da eleição de Biden para a Casa Branca.

O ex-presidente negou a responsabilidade pelos tumultos em Washington, onde ele havia pedido a seus seguidores que marchassem contra o Capitólio.

Dois legisladores democratas, Eric Swalwell, da Califórnia, e Bennie Thompson, do Mississippi, processaram separadamente Trump e seu advogado pessoal, Rudy Giuliani, por conspirarem para incitar uma rebelião. Dois policiais do Capitólio processaram Trump por danos físicos e emocionais sofridos no ataque e o acusaram de incentivar seguidores para impedir a confirmação da vitória eleitoral de Biden.

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