Descrição de chapéu Governo Biden

Equipes suspendem buscas em destroços de prédio na Flórida por risco de novo desabamento

Edifício de 12 andares caiu há uma semana; Biden viaja a Miami para conversar com famílias das vítimas

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Surfside (Flórida) | Reuters e AFP

As buscas por sobreviventes do prédio que colapsou na Flórida, na semana passada, foram suspensas nesta quinta (1º) por risco de um novo desabamento. Até agora, há 18 mortes confirmadas, incluindo as de duas crianças, de quatro e dez anos. Outras 145 pessoas seguem desaparecidas.

As equipes de resgate foram orientadas a parar as buscas na madrugada desta quinta, depois que movimentações nos escombros geraram o temor de que a parte do prédio que ainda está de pé também pudesse cair. As operações serão retomadas assim que houver segurança.

Equipes de resgate em destroços de prédio em Surfside, na Flórida
Equipes de resgate em destroços de prédio em Surfside, na Flórida - Michael Reaves - 30.jun.21/Getty Images/AFP

Nesta quinta, o presidente Joe Biden foi até Miami prestar condolências a parentes das vítimas e se reunir com autoridades locais. A Casa Branca determinou o envio de recursos e agentes para ajudar nas buscas.

A tragédia ocorreu em Surfside, cidade próxima à Miami Beach, na Flórida. O edifício Champlain Towers South, de 12 andares, desabou na madrugada de 24 de junho. Imagens capturadas por uma câmera de segurança próxima ao local mostraram um lado inteiro do prédio desabando por volta das 1h30.

Erguido há 40 anos, tinha 136 apartamentos, dos quais 55 foram atingidos, e as causas da tragédia ainda estão sendo investigadas. Dados da década de 1990 mostraram que o prédio estava afundando de 1 a 3 milímetros por ano, enquanto os outros ao redor se mantinham estáveis, de acordo com Shimon Wdowinski, professor da Universidade Internacional da Flórida.

Em 2018, um laudo feito por uma empresa de engenharia apontou várias falhas estruturais na construção. O autor do documento não disse que o prédio corria risco de desabamento, mas indicou que havia reparos necessários para "manter a integridade estrutural" do edifício.

Sob uma ordem de evacuação voluntária, alguns moradores escolheram permanecer no prédio ao lado, idêntico ao que desabou. Uma inspeção não encontrou danos na estrutura do edifício.

No sábado (26), o governo local disse que o condado de Miami-Dade vai fazer nos próximos 30 dias uma inspeção em todos os prédios com mais de 40 anos.

Ainda que as autoridades mantenham a esperança de encontrar sobreviventes, as chances diminuem com o passar dos dias. Ninguém foi retirado com vida dos escombros desde o desabamento.

Até agora, mais de 1.400 toneladas de concreto foram removidas. As equipes chegaram até um estacionamento subterrâneo, onde esperava-se que algumas pessoas pudessem ter ficado presas dentro de carros, mas ninguém foi encontrado.

Lá Fora

Receba toda quinta um resumo das principais notícias internacionais no seu email

Uma criança brasileira de cinco anos e seu pai, o italiano Alfredo Leone, estão entre os desaparecidos, assim como cerca de 30 latino-americanos, vindos de Argentina, Chile, Colômbia, Paraguai, Uruguai e Venezuela. No sábado (26), um grupo realizou uma vigília em uma área da praia isolada pelas autoridades.

O brasileiro Erick de Moura, 40, morava no prédio, mas escapou porque acabou dormindo na casa da namorada na noite do acidente. À Folha ele contou que vizinhos que conhecia estão entre as vítimas. “Até agora acho que não entendi o que está acontecendo. Não sei o que foi que fez com que eu não estivesse lá, se foi o poder de Deus na vida da Fernanda [a namorada]. Um milagre salvou a minha vida”, disse ele.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.