Deputado republicano dos EUA deseja feliz Natal em foto com armas

Dias após ataque em Michigan, Thomas Massie publica imagem em que aparenta estar com sua família segurando metralhadora e fuzil

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Washington | Reuters

O deputado americano Thomas Massie publicou neste sábado (4) uma foto sua com o que aparenta ser sua família em frente a uma árvore de Natal e com todos segurando diferentes tipos de armas. "Feliz Natal! P.S.: Papai Noel, por favor, traga munição", escreveu no Twitter.

A publicação foi feita três dias após um jovem de 15 anos matar quatro pessoas ao realizar um ataque a tiros em uma escola em Oxford, no estado de Michigan. Ele vai responder como adulto na Justiça a acusações de terrorismo, homicídio, tentativa de homicídio e porte de arma de fogo; seus pais, que estão presos, foram indiciados por quatro acusações de homicídio culposo (sem intenção de matar).

Na foto de Massie, que representa um distrito solidamente republicano do Kentucky, ele e as outras seis pessoas seguram armas que se parecem com uma metralhadora M60, um fuzil AR-15 semiautomático e uma arma Thompson. Algumas semiautomáticas são produzidas de forma com que pareçam armamentos automáticos.

Segundo a lei americana, itens como metralhadoras estão restritos a militares, agentes das forças de segurança e civis com licenças especiais para armas produzidas antes de maio de 1986.

O deputado democrata John Yarmuth condenou a publicação do seu conterrâneo do Kentucky. "Sou velho o suficiente para lembrar dos republicanos gritando que era insensível tentar proteger as pessoas da violência com armas após uma tragédia", escreveu, no Twitter. "Prometo que nem todos no Kentucky são idiotas insensíveis."

O chefe de campanha de Massie, Jonathan van Norman, não respondeu ao pedido de comentário feito pela agência de notícias Reuters.

O episódio em Oxford voltou a levantar o debate sobre o acesso facilitado a armas no país e sobre a segurança das escolas, já que 2021 é o ano com mais tiroteios em colégios americanos, segundo levantamento do jornal Education Week, ao menos desde 2018, quando o veículo começou a monitorar o assunto.

Foram 28 episódios com ao menos uma pessoa morta ou ferida neste ano, contra dez em 2020, quando as escolas estavam fechadas devido à Covid, e 24 em 2019 e em 2018, de acordo com o veículo.

Dados divulgados em setembro pelo governo americano mostram que o total de homicídios no país disparou durante a pandemia. Com 21,5 mil assassinatos em 2020, último ano do governo de Donald Trump, a taxa de mortes nos EUA foi de 6,5 homicídios para cada 100 mil habitantes.

Desde 1998 o país não registrava um número tão alto, de acordo com os dados, e de 1999 em diante essa cifra sempre ficou abaixo de 6. As informações mostram também que este foi o maior aumento entre um ano e outro na série histórica do FBI, a polícia federal americana. Houve crescimento de 27,4% em relação ao dado de 2019, quando os EUA registraram taxa de 5,1 homicídios por 100 mil pessoas.

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