Descrição de chapéu oriente médio

Emir de Dubai é condenado a pagar valor recorde de R$ 4,2 bi para ex-esposa e filhos

Maior parte é destinada para segurança da família, já que xeque é considerado risco para eles, segundo juiz

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Londres | Reuters e AFP

O emir de Dubai, xeque Mohammed bin Rashid al-Maktoum, foi condenado nesta terça-feira (21) por um tribunal de Londres a pagar mais de 554 milhões de libras (R$ 4,2 bilhões) à ex-esposa e aos dois filhos. Trata-se de um valor recorde em indenizações por divórcio concedido por uma corte londrina.

A maior parte do montante a ser entregue para a princesa Haya Bint Al Hussein, meia-irmã do rei Abdullah da Jordânia, e para os filhos é destinada a garantir a segurança vitalícia da família, decidiu o juiz Philip Moor, para enfrentar o "grave risco" que o xeque representa para eles.

O emir de Dubai, Mohammed bin Rashid al-Maktoum, durante reunião na Arábia Saudita - Bandar Saudi - 14.dez.21/Press Agency via Reuters

O objetivo é evitar que as crianças sejam sequestradas pelo próprio pai, disse o magistrado na decisão, destinando dinheiro para uma frota de carros blindados que será substituída regularmente. "A principal ameaça que eles enfrentam vem do próprio xeque, não de fontes externas", afirmou Moor.

O juiz instruiu o xeque a fazer um pagamento único de 251,5 milhões de libras em três meses para Haya pela manutenção de suas mansões em território britânico, para cobrir o dinheiro que ela disse que ele lhe devia por joias e cavalos de corrida e para garantir futuros gastos com segurança pessoal.

O xeque, que é vice-presidente e premiê dos Emirados Árabes Unidos, também foi instruído a fornecer 3 milhões de libras para a educação de Jalila, 14, e Zayed, 9, e intimado a pagar 11,2 milhões de libras por ano para os cuidados das crianças e pela segurança delas quando se tornassem adultos.

A soma final, apesar de ser considerada por alguns advogados de Londres a maior sentença pública já ordenada por um tribunal de família inglês, é menos da metade dos 1,4 bilhão de libras que a defesa de Haya havia pedido no início do processo judicial.

Durante quase sete horas de depoimento, Haya, 47, disse que um pagamento único permitiria um rompimento simples e removeria o controle do xeque sobre ela e seus filhos. "Eu realmente quero ser livre e quero que eles sejam livres", disse ela ao tribunal.

Após a decisão, um porta-voz do xeque argumentou que ele sempre garantiu o sustento dos filhos e pediu que a mídia respeitasse sua privacidade. Um advogado de Haya não respondeu a um pedido de comentário da agência de notícias Reuters.

O acordo é o mais recente desenvolvimento de uma saga legal que começou quando a princesa fugiu para o Reino Unido, em abril de 2019, temendo por sua segurança depois que ela começou um caso com um de seus guarda-costas, e um mês depois de pedir o divórcio ao xeque.

Mais tarde naquele ano, um tribunal de Londres decidiu que Mohammed realizou uma série de ameaças e de intimidações que fez Haya temer por sua vida e que ele também havia sequestrado e maltratado duas de suas filhas de outro casamento.

As princesas denunciaram um suposto sequestro orquestrado pelo pai à emissora britânica BBC, que divulgou as acusações em um de seus principais programas jornalísticos. Elas também processaram o xeque numa corte britânica, que o condenou pelo sequestro e por ameaças.

No início deste ano, o presidente da Divisão da Família da Inglaterra confirmou que Mohammed havia ordenado que os telefones de Haya e de seus advogados fossem hackeados usando o Pegasus, software de uma empresa israelense e considerado uma das armas de espionagem digital mais modernas já feita.

A despeito das investigações envolvendo o emir de Dubai, o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (PL), encontrou-se com ele durante viagem de seis dias pelo Oriente Médio realizada em novembro.

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