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França limita viagens do Reino Unido, que bate novo recorde de casos de Covid

Governo de Macron restringe deslocamentos não essenciais em meio a disseminação da variante ômicron

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Paris | AFP

Com a rápida propagação da variante ômicron, a França anunciou nesta quinta-feira (16) que vai proibir a maioria das viagens para o Reino Unido ou que cheguem do país, em um momento em que os britânicos batem recorde de infecções pelo coronavírus.

Assim, a Grã-Bretanha se junta à lista de destinos não recomendados pelo governo francês, como Brasil, Costa Rica e Cuba, além de nações do sul da África. Os britânicos registraram nesta quinta o maior número de casos diários de Covid-19 desde o início da pandemia, com 88.376 novas infecções —superando a marca do dia anterior.

O governo francês anunciou que vai permitir apenas viagens por motivos essenciais a partir da meia-noite de sábado (20h de sexta-feira, no horário de Brasília), como intercâmbio de estudantes ou em caso de morte de familiares. A restrição vale sobretudo para deslocamentos a turismo ou trabalho.

Passageiros chegam de trem vindos da França na estação internacional de St Pancras, em Londres - Tolga Akmen/AFP

Cidadãos britânicos com residência na França e suas famílias poderão retornar do Reino Unido e vice-versa, assim como residentes em outros países da União Europeia que precisam passar pelo território francês para chegar a suas casas.

Para entrar na França, os viajantes, vacinados ou não, deverão cumprir outros requisitos, como apresentar um teste negativo feito menos de 24 horas e comunicar um endereço, no qual terão que ficar em isolamento por sete dias.

A quarentena pode ser suspensa após 48 horas se um teste feito já em solo francês apresentar resultado negativo, afirmou o porta-voz do governo, Gabriel Attal, sobre a medida que entrará em vigor seis dias antes do Natal. "O governo pede aos que pretendiam ir ao Reino Unido que adiem a viagem", disse.

A decisão "obviamente alterará os planos das pessoas, o que é lamentável", afirmou Gillian Keegan, secretária de Estado no Ministério da Saúde britânico.

"Essas mudanças de última hora me angustiam. Fazem você se sentir como um refém", reclamou em entrevista à agência de notícias AFP a moradora de Londres Marie Geoffroy, 43, antes de pegar o trem para a França na estação londrina de St Pancras.

Também haverá impactos no turismo. "[A restrição] nos priva de 25% da nossa clientela em um ano normal", disse Fançois Badjily, do Escritório de Turismo da estância de esqui Alpe d'Huez, no sudeste do país.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a ômicron dever ser "a variante dominante na Europa em meados de janeiro".

A França detectou até agora 240 casos da nova cepa, mas o número provavelmente é maior, segundo Attal, que justificou as novas restrições como uma maneira de frear a propagação enquanto o país acelera a vacinação com as doses de reforço.

O país, onde 71% da população já completou o ciclo de imunização, se aproxima das 50 mil infecções por dia e deve anunciar novas medidas restritivas nesta sexta-feira (17).

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