Descrição de chapéu Rússia forças armadas

Rússia apresenta versão final de novo drone de ataque 'invisível'; veja vídeos

Fabricante Sukhoi afirma que o S-70 Okhotnik pode entrar em produção daqui a dois anos

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São Paulo

A Rússia apresentou nesta terça (14) o primeiro protótipo finalizado de seu novo drone de ataque, o Sukhoi S-70 Okhotnik (caçador, em russo).

A novidade militar chega em meio à elevada tensão de Moscou com o Ocidente, com o posicionamento de tropas russas perto da fronteira da Ucrânia. Mas é algo simbólico: se tudo der certo, os primeiros aviões sem piloto de ataque pesado entram em operação em dois anos.

O aparelho incorpora tecnologia furtiva ao radar, popularmente chamada de invisível, embora tal coisa não exista: toda aeronave tem alguma assinatura, seja aerodinâmica, seja de calor, que denuncia sua presença.

Apresentação do primeiro modelo finalizado do drone de ataque russo Okhotnik, em Novosibirsk
Apresentação do primeiro modelo finalizado do drone de ataque russo Okhotnik, em Novosibirsk - Ministério da Defesa da Rússia no YouTube

O que os famosos bombardeiros B-2 Spirit e caças F-22 Raptor americanos fazem é reduzir ao máximo isso a partir de seu desenho, da aplicação de revestimentos especiais e truques para disfarçar a emissão de suas turbinas.

É justamente essa a maior novidade dessa versão final do Okhotnik, também chamado de Okhotnik-B: ele tem o bocal da turbina em forma achatada, assim com o F-22 e o B-2 —de quem também empresta, com variações, o formato de asa voadora.

No vídeo divulgado pela unidade da Sukhoi em Novosibirsk, não é possível devisar o elemento. Segundo o ministro-adjunto da Defesa Alexei Krivorutchko disse à agência Tass, o bocal é feito em impressoras 3D, o que facilitaria seu reparo em bases remotas.

O Okhotnik é uma das apostas da indústria aeronáutica militar russa e, como todas as outras, é sempre visto com desconfiança e escrutínio redobrado por analistas ocidentais.

Seu desenvolvimento começou em 2011. Em agosto de 2019, a Sukhoi causou grande impressão ao divulgar o vídeo do aparelho levantando voo e fazendo manobras autônomas.

Havia grande dúvida acerca de suas capacidades, dado que informações vazadas à imprensa russa dão conta que o aparelho tem 20 toneladas e pode chegar a 1.000 km/h, desempenho de um caça.

Um mês depois, a fabricante divulgou um segundo vídeo, de ainda maior impacto, com o drone supostamente sendo controlado em um voo em formação com o caça de quinta geração Sukhoi Su-57, que tem características furtivas e enfrenta um difícil processo de produção.

O Okhotnik, dizem analistas militares russos, compartilha diversos sistemas com o Su-57, inclusive sua turbina —que é de uma geração anterior devido às dificuldades de desenvolvimento de uma nova geração de motores, mais eficiente.

A ideia de um caça controlando drones é vista como uma das alternativas certeiras para o futuro desse segmento da aviação, até talvez a substituição total dos aparelhos com piloto.

Disso depende ainda muito a capacidade de fusão de dados dos aparelhos, a aplicação de inteligência artificial e a existência de conexões de altíssima velocidade —daí parte da importância estratégica do avanço do 5G para as grandes potências, embora naturalmente as bandas de frequência militares sejam exclusivas.

Segundo a Corporação Unificada de Aeronaves, a estatal que une todas as antigas fabricantes soviéticas que ficaram em solo russo após o fim do império comunista em 1991, o Okhotnik agora fará testes finais com sua nova configuração e começará a ser produzido em série em 2024.

Novamente, é uma especulação otimista, assim como foi o lançamento do caça leve furtivo Checkmate, pela Sukhoi, neste ano. O avião está em fase de protótipo, mas depende basicamente de clientes estrangeiros para ser viabilizado.

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