Descrição de chapéu Rússia

Biden faz oferta a Putin, mas renova ameaça e volta a falar em invasão russa na Ucrânia

Americano elogia retirada de tropas anunciada por Moscou, mas diz que ela ainda precisa ser verificada

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Moscou

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez um discurso na tarde desta terça (15) em que misturou a oferta de negociações objetivas com a Rússia acerca da segurança na Europa com a renovação de ameaças e da avaliação de que Moscou pode invadir a Ucrânia.

Ele elogiou a decisão de Vladimir Putin de anunciar a saída de alguns dos "150 mil soldados", segundo a conta americana, que estão em torno do vizinho russo.

"Mas nós não conseguimos verificar isso ainda. Ao contrário, nossos especialistas consideram a invasão uma possibilidade muito distinta", afirmou Biden.

O presidente Joe Biden chega a salão na Casa Branca para entrevista coletiva sobre a crise na Ucrânia - Kevin Lamarque - 15.fev.22/Reuters

O presidente americano, contudo, dedicou a parte inicial de sua fala à ideia de que pode haver um acordo por escrito com os russos que aborde as preocupações estratégicas de Putin.

Isso pode envolver "arranjos de segurança" e "controle de armas", mas sem "sacrificar princípios básicos". "Há muito espaço ainda para a diplomacia", afirmou.

É uma fala calculada. Putin havia emitido um ultimato pedindo basicamente que a Otan (clube militar de 30 países liderado pelos EUA) desistisse de absorver países ex-comunistas, temendo forças e estruturas ocidentais às suas portas.

Enquanto isso obviamente é inaceitável para o Ocidente, como capitulação, há concessões intermediárias possíveis. Quais seriam as opções americanas às demandas de Putin é que não está claro.

O resto da fala foi uma repetição da retórica mais agressiva de Biden, prometendo reação internacional em caso de guerra, e um apelo no qual misturou um confronto com os EUA —que não tem nenhum compromisso com a defesa militar da Ucrânia por ela não ser da Otan— e um embate localizado.

"Nós não somos seus inimigos", disse, se dirigindo hipoteticamente ao povo russo. Lembrou até que ambos lutaram do mesmo lado na Segunda Guerra Mundial (para ambos, de 1941, dois anos depois do início do conflito na Europa, até 1945).

Ante o clima geral de possível distensão —acompanhada de sinalizações militares para não demonstrar fraqueza por parte da Rússia—, os dois últimos dias proporcionaram a Biden a possibilidade para modular seu discurso.

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