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Pandemia abalou confiança no governo de países democráticos, diz pesquisa

No Brasil, 34% afirmam confiar no governo, queda de cinco pontos em relação ao levantamento anterior

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São Paulo

Num levantamento realizado em 27 países pela agência global de comunicação Edelman, a confiança no governo como instituição caiu em 17 deles. Uma queda que se percebe, "de forma acentuada nos países democráticos", segundo a gerente geral da empresa no Brasil, Ana Julião.

No Brasil, a queda foi de cinco pontos, da pesquisa divulgada no ano passado para a deste ano. Dos entrevistados, 34% agora dizem confiar no governo. Nos Estados Unidos, a queda foi de três pontos, para 39%. Na Alemanha, de 12, para 47%.

Manifestantes protestam contra medidas anti-Covid na Alemanha com cartaz que diz 'Quem dorme na democracia acorda na ditadura' - Christian Mang/Reuters

Na outra ponta, a China registrou um aumento de nove pontos, para 91% de confiança no governo. E nos Emirados Árabes Unidos, subindo sete pontos, chegou a 87%.

No Brasil, diz Julião, "a confiança na instituição governo vem sendo quebrada, de forma bastante significativa, ao longo dos últimos anos, sobretudo em relação à pandemia".

De maneira geral, quando a Covid-19 chegou, "depositou-se mais confiança de que os governos ocupariam esse lugar de prover o bem-estar e a segurança, e os governos falharam".

Citando democracias como Holanda e Canadá, acrescenta que "tiveram queda bastante significativa em função também da polarização, do fato de metade do país acreditar no governo que está ocupando a liderança e metade não acreditar".

A pesquisa foi realizada em novembro de 2021. Questionada sobre o eventual impacto da guerra na Ucrânia, a executiva diz esperar que abale ainda mais os níveis de confiança, "por conta da vulnerabilidade, como vai afetar a economia, a política".

Quanto à mídia, que na definição da Edelman engloba também redes sociais e ferramentas de busca, a confiança caiu em 15 dos 27 países. No Brasil, foi uma oscilação de um ponto para baixo, registrando 47%.

Novamente, a queda foi mais acentuada nas democracias. Nos EUA, diminuiu seis pontos, para 39%, enquanto na China subiu dez, para 90%. Julião sublinha o quadro negativo nos "países onde esse ambiente da polarização é significativo", como no caso americano.

Uma polarização cada vez maior, acrescenta. "No Brasil, especificamente neste ano, com as eleições, a previsão é de turbulência. Um cenário de muita tensão."

O Edelman Trust Barometer 2022 é a 22ª edição do estudo anual. Envolveu entrevistas online de 30 minutos com cerca de 1.150 pessoas em cada um dos países.

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