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Ucrânia recusa ultimato da Rússia para se render em Mariupol

Kiev diz que Moscou bombardeou escola que abrigava 400 refugiados na cidade

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Kiev e Lviv | AFP e Reuters

A Ucrânia rejeitou neste domingo (20) —madrugada de segunda-feira no horário local— os pedidos da Rússia para entregar a cidade portuária de Mariupol, que tem sofrido intensos bombardeios e onde a população está cercada, com pouca água e comida.

"Não pode haver nenhuma questão de rendição, deposição de armas", disse a vice-primeira-ministra da Ucrânia, Irina Vereshchuk, ao portal de notícias Ukrainska Pravda. "Já informamos o lado russo sobre isso."

Moscou argumentou que uma "terrível catástrofe humanitária" está para acontecer em Mariupol e propôs para a rendição dos ucranianos a abertura de um corredor humanitário na manhã desta segunda (21).

A cidade portuária sofreu neste fim de semana alguns dos bombardeios mais pesados ​​desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro. No sábado (19), o Exército russo bombardeou uma escola de arte que servia de abrigo para centenas de pessoas, disseram as autoridades locais.

Moradores observam edifício residencial danificado após ataques na cidade de Mariupol, região oeste da Ucrânia
Moradores observam edifício residencial danificado após ataques na cidade de Mariupol, na Ucrânia - Alexander Ermochenko -18.mar.2022/Reuters

"Ontem os ocupantes russos lançaram bombas sobre a escola de arte G12, onde haviam se refugiado 400 moradores de Mariupol, mulheres, crianças e idosos", declarou a prefeitura da cidade portuária, um dos principais alvos da ofensiva russa no momento." Sabemos que o edifício foi destruído e que gente pacífica está debaixo dos escombros. Estamos buscando informações sobre o número de vítimas." ​

Mariupol tornou-se estratégica para as tropas da Rússia, que tentam criar uma ponte terrestre ligando a península da Crimeia, anexada pelos russos em 2014, à região do Donbass, onde estão duas autoproclamadas repúblicas separatistas (Lugansk e Donetsk, província esta onde fica Mariupol). Moscou busca ainda cortar o acesso ucraniano ao mar de Azov, que banha a região.

Neste domingo, o governador de Donetsk, Pavlo Kirilenko, também acusou Moscou de "deportar à força, rumo à Rússia, mais de 1.000 residentes de Mariupol que vivem a leste da cidade", mas não especificou quando isso teria ocorrido. Segundo Kirilenko, as forças russas instalaram "campos de triagem" nos quais "checam os telefones" dos moradores antes de "confiscar seus documentos de identidade" antes de supostamente serem levados para a Rússia. Não é possível verificar essas informações de forma independente.


A intensificação dos ataques a Mariupol tem prejudicado os trabalhos de busca em um teatro da cidade bombardeado na quarta (16). Autoridades dizem que centenas de pessoas estavam abrigadas ali. Ao menos 130 teriam sido resgatadas na sexta, e cerca de 1.300 ainda estariam dentro do edifício, provavelmente em um abrigo antiaéreo.

A vice-primeira-ministra da Ucrânia, Irina Vereshchuk, afirmou que o país pretende abrir dez corredores humanitários para retirada de civis neste sábado. Um deles seria justamente em Mariupol, embora esforços anteriores tenham sido frustrados uma vez que o cessar-fogo temporário, acordado em negociações, foi desrespeitado.

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