Descrição de chapéu transporte público

Ataque em metrô de Nova York vem na esteira de aumento da violência no transporte da cidade

Número de agressões no sistema metroviário da cidade mais populosa dos Estados Unidos subiu 33% em 2021

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São Paulo

O tiroteio em uma estação de metrô de Nova York, nos EUA, nesta terça-feira (12), que deixou ao menos 16 pessoas feridas, acontece em meio a um cenário de crescente violência no sistema metroviário da cidade americana, o que já pressionava as autoridades locais por medidas que promovam a segurança pública.

Relatório divulgado pela Autoridade Metropolitana de Transportes (MTA, na sigla em inglês) em janeiro mostra que os assassinatos nesse ambiente cresceram 33% em 2021 em comparação com o ano anterior.

Policiais patrulham estação de metrô de Manhattan após ser registrado ataque a tiros em uma estação no Brooklyn, em Nova York - Jeenah Moon - 12.abr.22/Reuters

Oito pessoas foram mortas no metrô de Nova York no último ano, duas a mais que em 2020. A cifra é a maior desde 2005, quando cinco foram assassinadas. Número ainda mais expressivo é o de agressões: 461 foram relatadas em 2021, 30 das quais de vítimas empurradas nos trilhos. O dado exibe aumento de 30% em relação ao ano anterior e é o maior desde 1998, quando 418 agressões foram contabilizadas.

Por dia, 4,8 episódios de violência ocorreram em estações da cidade mais populosa dos EUA. A conta inclui assassinatos e agressões, bem como casos de roubo e estupro. Pelo menos oito pessoas foram abusadas sexualmente no sistema de metrô, e 529, roubadas.

Outro cálculo produzido pela MTA e publicado pelo jornal americano The New York Times ilustra que, somente nos três primeiros meses de 2021, ocorreu 1,63 crime violento no metrô para cada milhão de passageiros. O número é superior ao índice de 1,48 crime por milhão de passageiros no mesmo período de 2020 e ainda maior que a média de 1 crime por milhão no primeiro trimestre de 2019.

Especialistas, no entanto, sinalizam que o aumento do número de passageiros no último ano, quando as restrições sanitárias para conter a pandemia foram afrouxadas, deve ser levado em conta para analisar o crescimento da violência no transporte público.

Ao site noticioso Business Insider John DeCarlo, criminologista da Universidade de New Haven, de Connecticut, lembrou que o aumento das taxas de vacinação e o retorno ao trabalho presencial devem ser colocados na balança. "O número de passageiros é maior, e, em criminologia, um dos fatores mais importantes é a densidade populacional. Se há mais pessoas, haverá mais crimes."

Cerca de 78% dos residentes de Nova York já completaram o primeiro esquema vacinal, segundo dados oficiais atualizados. Entre os adultos, a parcela de pessoas com dose única ou duas doses chega a 87,5%. Já entre as crianças, fica em 58%. Cerca de 37% da população local também já recebeu a dose de reforço.

A violência no transporte público se desdobrou em mais um problema com o qual o prefeito da cidade, o democrata Eric Adams, tem de lidar nos meses iniciais de sua gestão. Segundo prefeito negro a comandar Nova York, ele prometeu promover parcerias entre policiais e profissionais de saúde mental para mitigar o que chamou de distúrbio no sistema de metrô.

O democrata, um ex-capitão da polícia nova-iorquina, também anunciou em janeiro um pacote maior descrito como um plano para acabar com a violência armada em Nova York. A medida envolve o envio de equipes adicionais de agentes públicos a 30 das 77 delegacias da cidade.

Nova York registrou 488 assassinatos no último ano, aumento de 5,6% em relação a 2020. Os tiroteios, que somaram 1.532 em 2020 –o dobro do ano anterior–, aumentaram 2% em 2021.

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