Descrição de chapéu Guerra da Ucrânia Rússia

Rússia conduz onda de ataques contra alvos militares, e Zelenski admite nova fase da guerra

Moscou reforça ofensiva enquanto concentra forças para assumir controle total sobre Mariupol

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Lviv e Kiev | Reuters

O Ministério da Defesa da Rússia divulgou nesta segunda-feira (18) a condução de uma intensa onda de ataques contra centenas de alvos militares na Ucrânia durante a noite.

Segundo a pasta, a ofensiva com mísseis lançados do ar destruiu 16 instalações das Forças Armadas ucranianas nas regiões de Kharkiv, Zaporíjia, Donetsk, Dnipropetrovsk e Mikolaiv. Os ataques teriam ainda atingido 108 áreas onde as tropas de Kiev estavam concentradas e outros 315 alvos militares do país.

Do outro lado da Ucrânia, perto da fronteira com a Polônia, autoridades de Lviv disseram que ataques com mísseis russos destruíram uma instalação militar e um posto de troca de pneus, deixando ao menos seis mortos e oito feridos. As explosões teriam quebrado também as vidraças de um hotel que abriga ucranianos de outras partes do país que se preparam para cruzar a fronteira.

Colunas de fumaça sobem de Lviv, na Ucrânia, após ataques atribuídos à Rússia - Iuri Diatchichin - 18.abr.22/AFP

Repelidas, ao menos em parte, pela resistência ucraniana, as forças russas reorientaram sua ofensiva terrestre nas duas províncias do leste, Donetsk e Lugansk, enquanto lançam ataques de longa distância em outros alvos, incluindo a capital, Kiev. Autoridades de Kiev falaram nesta segunda no início de "uma nova fase da guerra".

"Podemos afirmar que as forças russas começaram a batalha pelo Donbass para a qual se prepararam por um bom tempo", disse o presidente Volodimir Zelenski em pronunciamento em vídeo. "Parte significativa do Exército de Moscou está concentrada nessa ofensiva. Nós lutaremos, nos defenderemos. Faremos isso todos os dias."

​A Rússia agora reforça sua tentativa de assumir controle total de Mariupol, sitiada há semanas e que seria um grande prêmio estratégico por ser a ponte terrestre entre as repúblicas separatistas do Donbass e a Crimeia, anexada pelos russos em 2014.

Moscou estipulou o último domingo (17) como prazo final para a rendição dos soldados de Kiev que permancem na cidade e, no ultimato, disse que aqueles que continuassem ali seriam "eliminados".

O primeiro-ministro da Ucrânia, Denis Chmihal, disse que as forças de seu país seguem lutando em Mariupol. "A cidade ainda não caiu", afirmou, em entrevista à TV americana. O cenário na cidade, de acordo com as agências de notícias internacionais, é de tragédia. Além dos prédios e de automóveis carbonizados, também foram vistos corpos nas ruas, alinhados sob mantas e à espera de coleta.

O governador de Lugansk, Serhii Gaidai, afirmou que os combates de rua continuam na região e fez novos apelos para que a população deixe as cidades da província. Segundo ele, os russos tomaram durante a noite a cidade de Kreminna e mataram a tiros ao menos quatro civis que tentavam deixar o local. A informação não pôde ser confirmada de maneira independente.

Mesmo a retirada de civis deve ficar estagnada nesta segunda-feira, devido à falta de um acordo entre Moscou e Kiev, disse a vice-primeira-ministra ucraniana, Irina Vereschuk. "Por razões de segurança, decidiu-se não abrir hoje os corredores humanitários", afirmou em um canal no Telegram.

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