Dez combatentes ligados ao regime de Bashar al-Assad morreram e nove ficaram feridos nesta sexta-feira (13), no norte da Síria, após um míssil antitanque atingir o ônibus em que eles eram transportados, de acordo com informações da mídia local.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos descreve o episódio como o mais mortal envolvendo forças pró-ditadura desde a trégua pactuada há dois anos entre Rússia e Turquia. Em outro ataque neste mês, mas lançado por soldados do regime, seis rebeldes morreram.
O ataque desta sexta, que ocorreu na área de Anjara, a oeste de Aleppo, controlada pelo Hayat Tahrir Al Sham, ex-braço sírio da Al Qaeda, não foi reivindicado por nenhuma facção ou grupo jihadista.
Segundo informações do observatório, os combatentes eram transportados para suas cidades de origem quando houve a explosão. Horas depois do ataque, aviões de guerra da Rússia, principal ator internacional no conflito e apoiadora de Assad, realizaram ataques em áreas controladas por rebeldes no noroeste.
O chefe do grupo islâmico xiita libanês Hizbullah, que também atua na guerra civil síria, prestou solidariedade às famílias dos mortos durante discurso televisionado. O noroeste da Síria é o último grande reduto de insurgentes que lutam contra o ditador Assad e os aliados de seu regime.
Ainda nesta sexta, a chancelaria síria reagiu a um anúncio feito pelos EUA na véspera sobre a permissão para investimentos estrangeiros em áreas do norte do país que estão fora do controle do governo.
O Departamento do Tesouro americano aprovou atividades de 12 setores, entre os quais agricultura e construção, mas frisou que não permitirá transações que envolvam a ditadura de Assad ou aqueles que, ao longo dos 11 anos de conflito, foram alvo de sanções de Washington. A pasta disse que o objetivo da autorização seria derrotar o Estado Islâmico (EI) na região por meio da estabilização econômica.
"O investimento do setor privado nessas áreas ajudará a reduzir a probabilidade de ressurgimento do Estado Islâmico, combatendo as condições desesperadoras que permitem o recrutamento e a rede de apoio dos grupos terroristas", disse um alto funcionário do governo.
A chancelaria síria disse ainda estar determinada a derrotar o que chamou de "nova abordagem destrutiva de Washington", incentivando a população a boicotá-la. O nordeste sírio detém grande parte das reservas de petróleo e de produção de trigo, enquanto o noroeste já foi uma zona agrícola e industrial.
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